terça-feira, 25 de novembro de 2014

Segue a vida

Entre quatro paredes oprimido
Escrever era o lhe que restava
Se aquilo fazia ou não sentido
Indiferente, letra era sua clava.

Ele escrevia o tempo portanto
Que desvelava como um véu
Nunca tinha sonhos o quanto
Pois era um homem de papel.

E esse claustro nada lhe dizia
Porquanto foi sempre altaneiro
Quem sabe nalgum futuro dia
Assumisse seu ego verdadeiro.

Pois a vida também é poesia
E tramita no próprio sendeiro.

2 comentários:

  1. Nossa Jair! Que maravilha de soneto!
    Este navegou minhas veias.
    Você é mestre em sonetos
    Obrigada por ser meu amigo virtual
    Abç
    Bárbara

    ResponderExcluir
  2. Caro amigo poeta Maior Jair, este poema reportou-me à memória do monumental Franz Kafka, que afirmou: fora da literatura não há salvação. Não sei se Kafka escreveu algum poema, mas, em compensação, "O processo", é nota mil. Aliás, boa parte do enredo de O Processo, é aplicável ao Brasil atual, digo quanto à corrupção e a crise judicial, o amigo não concorda?
    Um abraço. Tenhas um ótimo dia.

    ResponderExcluir