terça-feira, 24 de março de 2015

Aqui no Patropi

Ontem vivíamos só de esperança
Brasileiros sonsos amesquinhados
Realmente tratados como crianças
Apenas em campanhas lembrados.

Somente silêncio, da urna emana
Implacável, silêncio de abastança
Logo que eleito, político dá banana
Povo elege à espera de mudança.

República de faz de conta isto sim
Exemplo de país das maracutaias
Condena-se pobre a comer capim
Ignorando, homem público, as vaias.

Salve, salve esse lindo Pindorama
Aonde a Lei de Gérson é adotada
Menos vale realização que a fama
Uns se locupletam e a outros nada.

Dizem-nos que isso muda um dia
Até cremos tal como quem herda
Ricos, felizes e cheios de alegria
Porém continuamos nessa merda.

Assim caminha nossa triste vida,
Rico roubando a comida do pobre
Animado porque ele sabe a saída
Vestindo manto que tudo encobre.

Insisto em dizer, esperança não há
Vejo à nossa frente futuro nenhum
Esperar portanto para ver o que dá
Resulta em volatizar igual ao pum.

4 comentários:

  1. Mesmo com o povo nas ruas, gritando e mostrando as verdades, não sei, mas nada me convence, pois quando descobrimos um buraco, surge outro de grandes proporções. A verdade, amigo Jair, é que esse país não dá certo, é um faz de conta pela sua beleza, pelas lindas mulheres, carnaval, futebol e tudo o mais que serve para diversão. Daqui a 500 anos seremos iguais, ou piores. Não tenho nenhuma ilusão, pode falar quem falar...Não tenho domínio sobre essa minha descrença num país que gostaria de me orgulhar. Tenho é que saber conviver e ver onde piso...
    Grande abraço.

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    1. Tais,
      Sou obrigado a concordar contigo. Tornei-me cético, não tenho esperança alguma que esse Pindorama tome jeito um dia, infelizmente.

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  2. Caro amigo poeta Jair, difícil de haver mudanças enquanto não houver uma mudança de consciência. Talvez, talvez, ninguém votando, por alguns pleitos; digo, ninguém mesmo (hipótese que nunca acontecerá), isto é, votação zero para todos candidatos, de repente tal atitude poderia ( quem sabe?) provocar reflexão e da reflexão à ação existe uma distância pequena... Dilmar, acorda!
    Um abração. Tenhas um bom dia de outono.

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