quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Filhos


Nas intermitências desta vida humana
São os filhos que suportam meu futuro
O código genético que de mim emana
Tem nas suas células um porto seguro.

Ágil espermatozoide ganhou a gincana
E na membrana vitelínica fez um furo.
Sendo o único a adentrar a membrana,
Cedeu aquela mensagem ao nascituro.

Portanto, com eles a genética eu partilho
Pois agora são mensageiros eventuais
E que ainda terão os seus próprios filhos.

Mesmo sendo biologicamente individuais
Repetem arranjos como sendo estribilhos:
Minha continuidade e dos seus ancestrais.

Um comentário:

  1. Simplesmente perfeito, caro amigo poeta Jair. Acho que aquele ou aquela que passa por esta existência sem deixar seu legado (filhos), em momento da vida talvez sinta-se uma árvore seca, mas fique claro, que apenas especulação individual, pois não podemos vivenciar as emoções de terceiros.
    Um abração. Tenhas uma ótima tarde.

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