domingo, 8 de novembro de 2015

Às estrelas



Seu olhar por trás da coluna ardia
Obliterou aquele solo de clarineta
Blusão jeans usado que me cobria
Foi rasgado pela acúlea baioneta.

Inda agora na soledade da estação
Levando a lira de meus vinte anos
Amanheço sob aquela constelação
Mariposas assim debaixo dos panos.

Exalo conhaque, bebida requentada
Nesta cidade de mui amontoado lixo
Tudo supões aquarela desnaturada
Onde o destino não encontrou nicho.

Sabendo a tais vapores de Yoko Ono
Deixo as minhas colheres flambadas
Apenas verdade nenhuma tem dono
Sob as nobres estrelas filamentadas.

E não me venha com excesso de zelo
Saberá cada vivente o que lhe apraz
Terá exatamente como assim fazê-lo
Resulta que disso compreensão terás.

Então que cada um sole a sua guitarra
Leve seus sonhos a caminhar sozinho
Apenas ao existente cada um se agarra
Sabendo que este mundo é comezinho.

Um comentário:

  1. Caro amigo poeta Jair, sempre arrancando acordes poéticos de alto nível. Um abração. Tenhas um ótimo domingo.

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