quinta-feira, 26 de novembro de 2015

De que vale a Vale?

(Ao jeito de Ruy Barbosa)

De tanto ver o vetusto verde vencido
Pela ganância dessa ignóbil criatura,
De tal porte que além não mais dura
Na árida mata já sem algum sentido;

Quando mais a Vale é ente bandido
Dum tipo que só vantagem procura
Numa ausência total de compostura,
As florestas e rios perdem colorido.

Nos vemos vítimas dessa vil dança,
Adiante, do rio Doce uma morte rude,
E um futuro destituído de esperança;

De tanto aguentar a criminosa atitude,
Que leva uns a nadar na abastança:
O decente sente vergonha da virtude.

3 comentários:

  1. Caro amigo poeta Jair, jamais devemos sentir vergonha da virtude, apesar de toda a lama (lama moral) vale a pena a retidão de caráter.
    Um abraço. Tenhas um bom dia.

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  2. Dilmar,
    Como eu apontei na postagem: (Ao jeito de Ruy Barbosa), justifico-me com a citação abaixo.

    "De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Ruy Barbosa"

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  3. rssss, to rindo porque ficou ao jeito de Rui Barbosa!! Li no ritmo dessa famosa citação. Aliás, como encaixa nos dias de hoje...
    Muuuuito bom, Jair!
    Abraços!

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