quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Eternidade

E como querer a efemeridade da flor
Sei que teus olhos fugazes são tudo
Tento não beber esse tal cálice da dor
Eternizando o meu vir a ser, contudo.

Sei perfeitamente disso, meu amor
Tens na luz dos olhos todo conteúdo
E eu me perco neles, seja como for
Ultraja-me querer-te, e não me iludo.

Sob a dialética da crisálida provisória
O devir como deve ser, apenas sonho
Longe da realidade, somente história.

Hoje entretanto a seus pés me ponho
Ontem acabou o sentimento de glória
Só restou este ser humilhado, bisonho.

3 comentários:

  1. Nem sei o que dizer, meu caro amigo, exceto, que tem a medida certa para qualquer tema. Um abraço. Tenhas uma boa tarde.

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  2. Perfeito, tocante.Um pouco triste, mas belo.
    Abraços.

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