sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Flor do Lácio

A tal inculta e bela continua viva
Vive ela da interpretação popular
Não é estática, nunca será cativa
E molda-se às maneiras do falar

Quem está nas ruas faz o idioma
Depois é registrado no dicionário
Não é inseto preso numa redoma
Em exposição dentro do armário

Falemos, depois façamos a regra
Porquanto o idioma quer ser assim
Palavra nasce e filólogo a integra

E gramática expõe tintim por tintim
Então a língua exultante se alegra
Nessa constante mutação sem fim.

Um comentário:

  1. Perfeito, meu caro amigo poeta Jair; pois lembro que algumas expressões faladas na rua - e somente na rua-, no meu tempo de criança, hoje estão catalogadas em dicionários.
    Um abração. Ah, aconteceu também o aportuguesamento de palavras estrangeiras, como por exemplo, nos casos de uisque, sanduiche, abajur...
    Um abraço. Tenhas um bom dia.

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