sábado, 24 de dezembro de 2016

Trem da vida

Vou no trem e ninguém viaja comigo,
Cada um envolvido em seus assuntos
Homens ao lado de outros, não juntos
Ninguém é comparsa, menos amigo.

Cada um olhando seu próprio umbigo,
Tipo: não olho pro lado, não pergunto
Por mim pode ser apenas um defunto
Ou, se vivo, mais parece um mendigo.

Viajamos na mesma direção contudo
E a viagem evolui, decorre, acontece
Pensando, no meu canto estou mudo.

Cada qual como a rezar própria prece
Quieto atrás de intransponível escudo
Enquanto o mundo a sua volta fenece.

3 comentários:

  1. Caro Jair,
    Um feliz natal com todos os seus amores:
    família; poesia; bons livros; etc e tal.
    Tudo de ótimo meu camarada!

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  2. Perfeito, meu caro amigo poeta Jair, o homem vai só no meio da multidão. Um abraço e um feliz Natal.

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  3. Só tem verdades, assim mesmo, parece que não, mas todos somos meio sós, na última estação...

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