sexta-feira, 20 de abril de 2018

Mar, meu desafeto

Da minha janela avisto o oceano,
hoje duma cor pálida, enfermiça;
que me parece eivado de preguiça,
mas que noutros dias já foi tirano.

Mar é estranho, sou homem urbano,
porém vê-lo, minha atenção atiça;
matas tanta gente, valha-te missa!
mar perigoso, ao longo de todo ano.

Tens tempestades convulsas, malsãs,
talvez, carregadas de pestilências,
as quais arrepiam as minhas cãs.

Pescadores dedicam reverências,
às tuas ondas que são como irmãs,
pois a ti explicam suas carências.

Um comentário:

  1. Pois é, caro amigo Jair; o mar é bom para ser admirado de longe, sobretudo, das janelas. Cresci ouvindo Dorival Caymmi Cantando: " é doce morrer no mar", gostava da música, esteticamente, mas na real pensava: morrer no mar não deve ser legal.
    Tenhas um ótimo fim de semana, meu amigo, poeta sonetista.

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