quinta-feira, 4 de outubro de 2018

À morte

A morte nivela, os valores despedaça,
porque ricos e pobres a um ignoto envia;
primeiro, o corpo preso sob a laje fria,
mas alma, a vagar por algum ignoto passa.

Some da percepção quando noite, ou se dia,
há certa indefinição, uma clareza escassa;
e terrível medo pela existência grassa,
numa indizível eternidade vazia.

A tal ceifadeira desmancha nosso norte,
então, empalma tudo que existir possa,
e certamente nada depende da sorte.

Escolha dalgum destino sequer é nossa,
porque a última palavra será da morte,
da qual todo ser vivo leva dura coça.

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