Ainda
que nos falte um ou dois pedaços
Nada
indica que não estejamos inteiros
Porquanto
se dentro nós existem laços
Vivemos
só nossos valores verdadeiros.
Minha
fortaleza é meu próprio sustento
Embora
essa força esteja quase esvaída
E
tudo mais a minha volta apenas vento
Onde
posso pressentir qualquer saída.
A
respeito do restante então fico mudo
Se
não diz respeito à minha triste vida
E
o universo não está nem aí, contudo.
E
o lamento sendo de minha alma ferida
Então
se resume a um resmungo miúdo
De
corpo dorido sobre uma alma sentida.
Amigo poeta Jair, questionamentos que nos fazemos, sobretudo, após a meia-idade. No caso aqui, o amigo usa todo o talento poético para nos brindar com este excelente soneto.
ResponderExcluirUm abraço. Tenhas um ótimo dia.
Outro senhor das palavras, meu amigo poeta Dilmar já decretou:"excelente soneto". Meu caríssimo poeta Jair, bem conhecedor deste mundo mágico das palavras, nos dá mais uma mostra de seu arsenal lírico, o poder de suas rimas e o encanto de um poema, que nos indaga e decreta ao mesmo tempo: é a vida ? é a vida. Mesmo aos pedaços, não deixamos de existir enquanto acreditamos em nós mesmos, nosso eu verdadeiro, nossa verdade. Gosto muito da segunda estrofe, acho que me traduz no homem que sou hoje, forte e sensível, capaz que quebrar uma rocha (metáfora rs) e sentir a sutileza da brisa, bem como suportar temporais...
ResponderExcluir"Minha fortaleza é meu próprio sustento
Embora essa força esteja quase esvaída
E tudo mais a minha volta apenas vento
Onde posso pressentir qualquer saída."
Continuando minha navegação neste soneto, não deixo de ver meus pensamentos e sentimentos com relação ao mundo, eu que sou tão importante para mim, mas isso só me diz respeito, porque no fundo o universo nem sempre conspira a meu favor. O que me resta então senão um "corpo dorido sobre uma alma sentida."
Obrigado amigo, poeta, xará Jair por mais uma pérola lançada neste mundo e que tive a sorte de ler, me alimentar com esta tua forma tão peculiar de poetizar o mundo.
ps.Carinho respeito e abraço.
Um dos poemas mais lindos que li por aqui: forte e sensível. Reflexivo.
ResponderExcluirAbraços, Jair.