Porquanto Manuel faz os versos sem peias
Versos de desamor, versos de desencanto,
Mas se dor e lirismo lhe corre pelas veias
Nem tudo é desespero, nem tudo é pranto.
Embora verso de sangue, amor ele semeia
Tristeza presente, porém diluída um quanto
Dói-me essa dor desmedida, dói-me, creia
Porque dor de Manuel é minha dor, garanto.
Mas, nestes versos de angústia existe vida
Uma vida que não abandona essa alegria
A qual está a nossa volta, as vezes diluída.
Ele faz os versos amargosos com ousadia
Com a consciência de quem está de partida
E que como Midas, tudo que faz vira poesia.
Pois é caro amigo poeta Jair, parece que, no mais das vezes, a dor ou a angústia (a náusea sartreana) açula o ser à lide poética. Até se diz, à boca pequena ou mais larga, que o homem feliz, aquele que dorme sobre a felicidade, não cria não escreve...
ResponderExcluirUm abração. Tenhas um ótimo dia.
Esse eu adorei, já me manifestei acerca dele...
ResponderExcluir(...) "Dói-me essa dor desmedida, dói-me, creia"
A dor de Manuel é a 'nossa' dor, tão real, tão cheia de verdades e tão presente...
Abraços, amigo Jair,