sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Estultice em mim


Eu não sei que saber dá ciência boa,
O que sei não vale um tostão furado,
Meu saber desliza para o nada a toa,
Sapiência é somente algo ali ao lado.

Talvez seja qualidade a minha burrice
Que carrego neste mundo aborrecido
Apedeuta, em mim profunda estultice
Que conspícua e humilhante tem sido.

Como mais aprender, não tenho ideia
De todos que conheço fico pois atrás
Nunca o palco, meu lugar é na plateia.

Essa burrice em mim é total, contumaz
Se algum dia, o saber em mim estreia
Nem imagino do que poderei ser capaz.

2 comentários:

  1. Caro amigo poeta sonetista Jair, se tu te escalas no time da burrice, imagina o que diremos nós, indivíduos com menor poder criativo...
    Um abração. Tenhas uma ótima sexta-feira.

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  2. Jair, conta-se que, ao conversar com outros sábios, Sócrates concluiu que todos acreditavam que tinha um conhecimento profundo sobre algum assunto, quando na verdade, não era bem assim. A sabedoria de Sócrates estava em não alimentar ilusões sobre o próprio saber. E foi nessa lógica que Sócrates extraiu a histórica frase “só sei que nada sei”. Na cabeça de Sócrates a vida irrefletida não vale a pena ser vivida, é preferível a morte do que viver sem questionamentos, na completa ignorância. Na verdade, o que sabemos é uma cabeça de alfinete nessa imensidão. E assim sempre será, impossível ser de outra maneira.
    Abraços, Jair!

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