quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Acróstico


Ouso carregar o mundo nas costas
Um ente sozinho sou, quebrei laços
Tenho as dores que nem tu gostas
Refugio-me nos pensares escassos.

Onde caminho, são baixas apostas
Largado, desprezado, sem abraços
Apenas perguntas, cadê as repostas?
Deste mundo somente afagos lassos.

Outros levam essa tal vida augusta
Do lado aconchegante desse muro
Aqui na rua eu vivo e nada me custa
Vejo a estrada sem qualquer futuro

Inclusive as vezes tudo isso assusta
Do lado de cá só se enxerga o escuro
Antevendo que esta vida não é justa.

2 comentários:

  1. Um poema em que a forma de Acróstico resultou muito bem em termos de mensagem. Na verdade, há sempre um outro lado das coisas. Neste caso, nem será a vida que é injusta, mas sim as atitudes dos homens que a fazem tão desigual. E, infelizmente, será sempre uma certeza. Melora um lado, piora de outro. Contudo, nunca devemos calar o que se sente!
    Bjo, amigo. Um bom ano. :)

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  2. Coloquei-me do outro lado da vida... triste, injusto, revoltante.
    Lindo poema, se dá para dizer isso da miséria humana.
    Grande abraço, Jair!

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