Ombreio um poeta oculto ainda puro
Buscando ser anônimo empedernido
Saindo da luminosidade para escuro
Conforta-me este ignoto com que lido.
Uns nascem pra na ribalta reverberar
Rindo ao mundo com brancos dentes
Incríveis estão quase sempre a brilhar
Deixam embasbacadas todas as gentes.
Aos que como eu cultuam anonimato
De nada adianta possuir algum talento
Escolhemos neste mundo ser oblato.
Se por acaso nos vemos num evento
Ocultos ficamos como fora carrapato
Um bicho pois discreto cem por cento.
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