terça-feira, 27 de setembro de 2016

O Homem

Inspirado em Augusto dos Anjos

Hoje velho, fico revivendo minha infância,
Que parece distante, existiu em outra era
Talvez mais pura, mais honesta e sincera
Que, agora, à velhice oferece substância.

Claro, lhe fornece douração, tal distância,
Acrescenta até alguma dose de quimera
Que, parece, é talvez algo que se espera
Nada do gênero angustioso de dar ânsia.

Toda maturidade será portanto um misto
De infância e mocidade, porquanto existo
Enquanto momentos bons e ruins somem.

Fazendo de mim quem sou, exatamente
Um animal racional o qual pensa e sente
Em outras palavras, fez-me um homem.

Um comentário:

  1. Caro amigo poeta Jair, usaste muito bem a inspiração Augustiana, pois saiu um belo soneto. Realmente, somos esse misto de infância e mocidade. Um abraço. Tenhas uma boa tarde.

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