sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Aos "felizes"

Não compreendo humano prazenteiro
Que o tempo todo parece desprendido
Todo tempo alegre, falsamente festeiro
Ignorando o que pedem seus sentidos.

Quer vender imagem de um ser faceiro
Que contudo não deseja jamais ser lido
Porque ninguém o vê totalmente, inteiro,
Diz-se em nenhum momento, aborrecido.

Porém quando nos detemos no seu olhar
Percebemos mistérios, dúvidas, enredos
Embora ele goste de alegria demonstrar.

Por certo o interior está cheio de medos
Porquanto o que ele mais teme é o azar
Que certo virá, mais tarde ou mais cedo.

2 comentários:

  1. Meu caro amigo poeta Jair, nada escapa de vossa pena. És um poeta perscrutador.
    Um abraço. Tenhas um ótimo fim de semana.

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  2. "Por certo o interior está cheio de medos" - a síntese adequada para os que parecem dar e vender felicidade.
    Mais um excelente soneto!
    Bjo, Jair :)

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