terça-feira, 13 de junho de 2017

Talvez

Dentro, alguma inquietação me habita
Talvez presa, como na jaula uma fera
Eu sonho que esse desassossego espera
Que será usado numa melhor escrita.

Mas quando um dia eu estiver bem na fita
Querendo, por certo, agradar a galera
Ou produzir texto como nunca fizera
É isso! Já sei porque existo! meu ego grita.

Feita a prima obra, a inquietação se esgota
Pois não mais se justifica a sua existência
Acalma-se o ânimo, vai embora o furor.

Daí, sinto que talvez cumpri minha cota
E, no meu imo, desapareceu a insistência
De modo que sou bem sucedido construtor.

Um comentário:

  1. Caro amigo e bom poeta Jair, acho que é praxe de quem escreve, almejar sempre a superação dos próprios escritos, e por outro lado, também parecer ao escriba que os próprios trabalhos são inferiores ao que realmente são; exceto, se o cara for um egocêntrico.
    Um abraço. Tenhas uma boa noite.

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