domingo, 9 de julho de 2017

A morte é burra


Nesta vida morre-se apenas uma vez
Devagar, solenemente, ou de repente
Então não tem sentido busca-la, talvez
Morte não é estática, é algo fluente.

Quanto mais vidas há, mais sua fecundez
E vem pelo lado, por trás e pela frente
E sequer respeita o pundonor da nudez
A ela interessa nossa alma tão somente.

A morte é estulta e serve-se da vida
Que lhe dá alento muito além da medida
Porém, um dia, vida não mais haverá.

Sem comida, desaparece a ceifadeira
Então, cara morte, acabou a brincadeira
Pois você é o evento mais burro que há.

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