Toda manhã, contraste entra pela
janela,
uma dolorosa verdade vespertina;
beleza sã que no fim do dia termina,
mas que desperta maior horror dentro
dela.
Porque imperioso ciclo se revela,
que vai do nascer àquela fatal ruína;
que traz rugas e frescor da pele
assassina,
transformando em baranga moça que foi
bela.
Apesar das cirurgias, muito desgosto,
plásticas que só mascaram a sufoca-la;
sequer lembra como fora seu rosto,
e mesmo a dicção agora por vezes
resvala.
Evita sair a céu aberto com sol posto,
sua formosura, só escultura de sala.
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