Cumpre o poeta sua
obsessão pela rua,
e não lhe cai bem
permanecer no aconchego;
porquanto seu grilo
dalgum desassossego,
é moto que no tal
alumbramento atua.
Mas, justifica, o
vate, esse formal apego?
sem que, através
dele, seu poema construa?
preto no branco, uma
verdade nua e crua,
sem obscuras partes,
como fora um morcego?
Compor, para o vate,
não pode ser suplício,
tampouco certo feito
que a todos agrade,
poema, não se
constrói, não é um edifício.
Poemar é sair em
busca da verdade,
se possível, com
pureza, sem artifício,
porque a fórmula
estará na simplicidade.
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