Minha esperança me
obriga olhar adiante
Para avaliar se existe
esperança à frente
Entretanto, parece, nada
enxerga e sente
Que seja especialmente
bom e flagrante.
Como agora, o futuro
terá mal abundante
Cada humano potencial
escroto demente
Cobrando o olho por olho
dente por dente
Em alucinada sortida
pelo mundo errante.
Como filme de ficção sem
nenhuma ironia
Vivendo no mundo
sinistro, absurdo, atroz
Que roubou a bondade, e
deixou alma fria.
Ao perceber essa
decrepitude perco a voz
Como pode um futuro sem
alguma poesia?
Onde cada um, entre
bilhões, estará a sós?
Meu caro poeta Jair, até parece que nós, poetas, somos os últimos sonhadores, porque necessitamos de poesia para viver, e nada é mais angustiante que imaginar um mundo (desértico e habitado pela maldade) onde poesia já não tenha razão de ser.
ResponderExcluirUm abraço. Tenhas um bom dia.
Seus mais belos poemas são nesse tema: o tempo! O nosso tempo. É que isso nos faz pensar com certa agonia. Nunca entendi se aniversário é para comemorar mais tempo vivido, ou menos tempo para viver?
ResponderExcluirEngraçado isso...