Saudade é adaga que peito apunhala,
E ferimento que produz chaga imensa,
Escurece a visão e até emudece a fala
Faz um crente acreditar na descrença.
O dia escurece enquanto a noite cala
Na alma que não suporta tanta ofensa
Enquanto a existência lá longe estala
E o universo em seu pesar não pensa.
Porque coração magoado fica estreito
Emoldurado numa tristonha escuridão
Enquanto dor não se vai não tem jeito.
Se existe saudade é melhor dizer não
Melhor colocar um cadeado no peito,
Ou se conformar com nefasta solidão.
SAUDADE, caro amigo poeta Jair, realmente é faca enterrada no peito. Hoje já ganhei o dia, pois acabo de ler um bom soneto.
ResponderExcluirUm abraço. Tenhas um ótimo dia.
Muito, muito bonito, forte, triste, mas a saudade é assim, faz seu rebuliço e se vai... e a gente fica esperando que não retorne.
ResponderExcluirOs sentimentos que entristecem dão lindos sonetos, não, Jair? Sempre vou direto nesses sonetos...
Abração, amigo!