sábado, 1 de setembro de 2018

Mais palavras

Quero termos vernaculares a mãos cheias,
que não pareçam monótona ladainha;
os quais transformem o sangue de minhas veias,
modificando a estultice que nele tinha.

Quero palavras úmidas molhando areias,
traduzindo em versos a paisagem marinha;
que transcendam todas as cidades e aldeias,
invadam mente do povão e da rainha.

Definam a maldade e traduzam ternura,
falando de solidão e tormenta bravia,
dando lugar à rudeza, mais a doçura.

Sejam claras à noite, como fosse dia,
igual as que todo bom poeta procura,
e que mesmo todo bom leitor gostaria.

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