Vida eterna?

Homo sapiens, parece criatura insana,

na sua busca amoque pela vida eterna;

falível obstinação que o leva e governa,

contudo, talvez, não passe duma chicana.

É paradoxo, o homem de per si se engana,

temeroso, laivos de caridade externa;

como buscar salvação com uma lanterna,

cujo único objetivo é chegar ao nirvana.

Segue, que acabou criando a religião,

que nos templos esse vivente reza e chora,

pecando fora, lá dentro pede perdão.

O Livro lhe diz que quando chegar sua hora,

deverá, a seus tantos pecados, dizer não,

porque a labareda do inferno não demora.

Todo mundo pelado!!

Então a religião inventou o pecado,

desde que Adão se descobriu despido;

porquanto este havia delinquido!

mas, é crime permanecer pelado?

Na bíblia, Noé, quase um descarado,

encheu a cara e deitou-se desvestido;

parece que o Mestre ficou ofendido,

apenas faltou tacar-lhe o cajado.

E, se entendi, o despido não tem vez,

vamos castigar toda essa nudez!

assim o deseja a sacra história.

Praia lotada é ofensiva, talvez,

e nus, só no escuro, vejam vocês,

para garantir a divina glória.

Textos antigos

Pois é, homem em sua vã sabedoria

Entendeu que tudo jamais entenderia

E para explicar ignoto criou seu deus

Daí passou a fazer apologia aos seus.

Mas, como eternizar ensinamentos,

Quando não existiam apontamentos?

Ele reuniu um monte de textos então

Então chamou bíblia aquela coleção.

E acreditar em dogmas é superstição

Semelhante a valer-se de atos falhos

Como atavicamente faz toda religião.

Pois enquanto a fé se vale de atalhos

As escrituras continuam na contra mão,
Porque bíblia é uma colcha de retalhos.