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sábado, 5 de maio de 2018

Divagando

Não desejo, mas ouço a voz dos ventos,
lufas frias, ferindo como adagas;
parece a mão armada dos elementos,
que no oceano rola as altas vagas.

Longe do suposto drama, caminho,
vou pensando, mudo, seguindo o trilho;
lentamente, pois sei que estou sozinho,
e o que penso com ninguém eu partilho.

Um poeta, compõe versos e sonhos,
e, certamente, não procura a glória,
sei, portanto os pés no solo os ponho.

Também não busco lugar na história,
num pedaço de brilho que disponho,
quero apenas não findar em escória.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Amenidade


Tudo está bem, o verde da pradaria,
O vento com seu sibilo leve, vacante,
O perfume que flui no ar, abundante,
E a paisagem com sua luz de poesia.

Tudo está bem, a fonte de água fria,
A água com seu soluçar acalmante,
E o riso das flores pra algum amante
Enquanto nuvens traduzem calmaria.

Bem, que seja tudo apenas o sonho,
Que sonhei esperando ser verdade
Mas que minha fé naquilo eu ponho.

Bem está, que se viva só banalidade
Que se lute apenas combate bisonho
Desde que seja tudo espontaneidade.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

A vez da quietude

Naquelas horas surdas duma madrugada
Até o relógio da igreja se imobiliza
Espessa escuridão, sensata, no chão pisa
Bem devagar para não despertar o nada.

E o vento solitário adota uma parada
Porquanto se detém então nada desliza
Porquanto só bem mais tarde se faz em brisa
De forma que, desperto dá sua lufada.

Nem a bonita estrela no céu rebrilha,
O mar, que silencioso estava, continua
Entes do céu à paz formam uma quadrilha.

Este silêncio dispõe da noite que é sua
Reúne em silêncio esta celeste família
Família, na qual não falta sequer a lua.

sábado, 12 de novembro de 2016

Par romântico

internet - entrecontos.com


Tinham acordo vento com cortina
Enquanto ele sopra a cortina acena
Porque em perfeita sintonia fina
Estão em mancomunação terrena.

Entretanto, quando o vento se cansa
Fica esta cortina sem fazer nada
Como uma garota esperando dança
Com brilho nos olhos, enamorada.

Um par romântico, cortina e vento
Cada qual sozinho não tem sentido
Tal como coração sem sentimento.

Contudo com um vento bem nutrido
Balança a cortina com movimento
Que, sem nem pensar, emite estalido.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Caminhando ao vento


Durante aquela cruel ventania
Uma firme mão a filha conduzia
Manhã vinha serena clareando
Juntas mãe e filha caminhando.

Feliz e descontraída a menina
O que para mãe era feliz sina
Iam indiferentes àquele vento
Apreciando unidas o momento.

As alegres sombras alongadas
Mostravam esguias silhuetas
Horizontais na rua pousadas.

Como fora longas ampulhetas
De mãe e filha mancomunadas
A fim de parecerem estatuetas.



domingo, 13 de dezembro de 2015

Libando vento

Ache uma poeta embriagada
E te mostro aquele momento
Que ela sóbria, cheia de nada,
Libou de vez um gole de vento.

Poeta é ser um tanto estranho
E diferente dos outros mortais,
Não se encaixa nesse rebanho
Dessas pessoas ditas normais.

Então viva as poetas criativas
Que engolem vento todo dia
Bem as queremos assim vivas
Para entretenimento e alegria.

E poetas ridentes, nossas divas
Bêbadas de vento fazem magia.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Renovar


Se não estaciono, estou vivo portanto
Se sou pássaro que desistiu do canto
Pelo menos posso ainda no céu voar
E abro as asas onde considero um lar.

Se essa minha emoção é o recomeço
Continuo o mesmo, isso eu reconheço
Faço pois na vida, o mesmo mergulho
E se volto atrás eu sequer me orgulho.

Claro, se deste modo pareço o vento
Nem de longe sou eu esse elemento
Porque o mundo jamais assim o quis.

Então dia a dia renovo, me reinvento
Porquanto mero nada é meu alimento
Vou vivendo ou morrendo por um triz.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Vento,

Uma vez mais perguntei ao vento
Por que tu és um etéreo elemento?
Sem cor, sem cheiro e sem feição,
No entanto pratica tanta confusão?

E ele disse: é justamente por isso:
Nada sou, não tenho compromisso
Eu faço então o que bem entender
Sem que repressão tenha que temer.

Pois vento não deseja ser popular
E venta livre a seu próprio gosto
Sem nem um pouco se incomodar
De ser reconhecido por seu rosto.

Vento é sempre entidade matreira
Que venta ventania a sua maneira.