Não desejo, mas ouço
a voz dos ventos,
lufas frias, ferindo
como adagas;
parece a mão armada
dos elementos,
que no oceano rola as
altas vagas.
Longe do suposto
drama, caminho,
vou pensando, mudo,
seguindo o trilho;
lentamente, pois sei
que estou sozinho,
e o que penso com
ninguém eu partilho.
Um poeta, compõe
versos e sonhos,
e, certamente, não
procura a glória,
sei, portanto os pés
no solo os ponho.
Também não busco
lugar na história,
num pedaço de brilho
que disponho,
quero apenas não
findar em escória.