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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

No ceio do mar

Numa demonstração feroz, massa bravia,
seu movimento alterna em ondas esse oceano;
sobem e descem como vero monstro insano,
o mar ignora os barcos, lhes faz porfia.

Balouçando conveses, procela fugidia,
em minutos, constrói evento diluviano;
acima da compreensão do ser humano,
como que por medonha força da magia.

Frente ao fenômeno, o homem se vê perdido,
nada o preparou para a fatídica espuma,
que dissolve a luz e transporta-o a treva.

Nessa azáfama letal só se ouve gemido,
que mostrar desespero nessa hora costuma,
enquanto aos céus almas descarnadas eleva.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Lusíadas


Imagem da internet

Movidos por ambição, brio e com bravura,
se fizeram os lusos ao terrível mar;
desconhecendo o que haveria na lonjura,
navegaram pra outras terras encontrar.

Contudo, com dificuldade, eles verão,
questão de meses e não somente de dias;
porque muito duras essas viagens são,
mas o navegador das agruras sabia.

Então vai a caravela arando o mar atroz,
a mercê deste, nem mesmo faz o que quer,
o vento determina se será veloz.

Há que saber que o luso entende do mister,
no oceano, sempre última é a sua voz,
descobridor, enfrenta o que der e vier.

domingo, 24 de junho de 2018

Em alto mar

Marinheiros encantados pela sereia,
navegam cegos pelo nevoeiro denso;
se toparem com esconso banco de areia,
podem encalhar no feio do mar imenso.

Sobre suas cabeças, apenas o céu,
de nuvens pesadas, densa escuridão;
à sua frente quase impenetrável véu,
duma brancura alvacenta como algodão

Ainda que mui temerosos dessa bruma,
a nave incólume na turva água flutua,
como navegar sempre à frente costuma.

Cada marujo agarra-se à crença sua,
desfiando contas do rosário, uma a uma,
esperando que pelo menos, surja a lua.

terça-feira, 19 de junho de 2018

A fúria

Em   pleno  oceano  o  tufão  desencadeia,
muita água e ventos tonitruantes a uivar;
varre a  tona  como a vassoura varre areia,
com   potência   letal,   e   vigor   singular.

Trata-se   do   maior   desconforto  do  mar,
revoltado, ruidoso, acordando quem dorme;
e tampouco   de   nada   adianta   reclamar,
pois,  o furacão  causa  transtorno  enorme.

Mais estrago quando adentra terra, suponho,
onde   o   ser   humano   suas  casas  constrói,
então   dá   largueza  a  cada   melhor  sonho.

Agora que a fúria dos elementos  mais  dói,
estrago que vai se tornando mais medonho,
e a   segurança   do   homem   então   corrói.


quinta-feira, 10 de maio de 2018

O fundo mais profundo


Imagem da internet

Fossas Marianas, região mais profunda,
um atro canto esconso do pródigo mar;
onde o assoalho pelágico afunda,
algo quase impossível de se imaginar.

Virtualmente, terrível e escura fenda,
há vida, mais é parca, medonha e estranha;
de certa forma não existe quem a entenda,
peixes cegos e bichos fazendo façanha.

Não existe sol, verão, mesmo primavera,
tão ignoto, que da lua o homem sabe mais,
chegou lá, apenas uma vez, de batisfera.

E talvez, não se aventure pra lá jamais,
certamente por precaução, também pudera!
Aquele sítio, anormal dos anormais.

sábado, 5 de maio de 2018

Divagando

Não desejo, mas ouço a voz dos ventos,
lufas frias, ferindo como adagas;
parece a mão armada dos elementos,
que no oceano rola as altas vagas.

Longe do suposto drama, caminho,
vou pensando, mudo, seguindo o trilho;
lentamente, pois sei que estou sozinho,
e o que penso com ninguém eu partilho.

Um poeta, compõe versos e sonhos,
e, certamente, não procura a glória,
sei, portanto os pés no solo os ponho.

Também não busco lugar na história,
num pedaço de brilho que disponho,
quero apenas não findar em escória.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Mar, meu desafeto

Da minha janela avisto o oceano,
hoje duma cor pálida, enfermiça;
que me parece eivado de preguiça,
mas que noutros dias já foi tirano.

Mar é estranho, sou homem urbano,
porém vê-lo, minha atenção atiça;
matas tanta gente, valha-te missa!
mar perigoso, ao longo de todo ano.

Tens tempestades convulsas, malsãs,
talvez, carregadas de pestilências,
as quais arrepiam as minhas cãs.

Pescadores dedicam reverências,
às tuas ondas que são como irmãs,
pois a ti explicam suas carências.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Elementos

Escureceu,  nuvens  toldam  o  dia,
tudo indica uma tempestade brava;
neblina  férrea  que o ar embaçava,
onde  o  ar e  a terra se confundia.

O  mar  de procelas   se embravecia,
vagalhões se alternam com as cavas;
esta tormenta  a todos assombrava,
por tanto  furor  e  tanta  ousadia.

Uma  luta  entre  oceano  e  rochedos,
cujos embates formam altos obeliscos,
entre espumas ferventes nos penedos.

Eventos carregados  de  altos riscos,
que  deixam  aflorar  nossos  medos,
frente a potentes clarões e coriscos.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Ondas

Quando quebram as ondas nos rochedos
violentas,   num     movimento   insano,
como a nos   despertar ocultos medos,
parece  certo  que  elas  têm  um plano.

Há ondas bravas e elementos quedos,
que  disputam  durante  todo  o   ano;
em medonhos jogos que não são ledos,
porém, que  movem o  grande  oceano.

Coisas   prodigiosas   são   as  ondas,
incansáveis, muito francas, constantes,
e nada sentem quando tu as sondas.

Quebram, e  não  mais  vão  adiantes,
e, rolando, formam franjas redondas,
por isso é normal que tu te espantes.

sábado, 20 de janeiro de 2018

A Thalassos

Ó mar de ondas, marolas e vagas
Que rolas tuas águas ano a ano
E, nas ressacas, as praias alagas
Assustando o imbecil ser humano.

És orgulhoso e se sabe soberano
Estendido por mais extensas plagas
Só não entendemos qual é seu plano
Porque todos os teus rastos apagas.

Ó mar, estás acima do meu letrismo
Mereces o mais subido lirismo
Porque és extremamente demais.

Segredos são muitos nas águas tuas
De naus piratas a nereidas nuas
De enigmas, mistérios e que tais.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

A baleia e o homem



Nadando plácida e livre a baleia
Cruza sem esforço todo oceano
Enquanto no mar peixe enxameia
O bicho nada por baixo do pano.

Muitas vezes, o animal vagueia
Como se não tivesse algum plano
Provavelmente de barriga cheia
Porém não comportamento insano.

Só que este cetáceo está ameaçado
Pelo mamífero mais desgraçado
Aquele que mata por simples prazer.

E que num futuro vai ser extinto
Pelo bruto de maldade faminto
Que nas chamas do inferno vai arder.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

O mar

O avesso de Augusto dos Anjos

O mar é alegre sob qualquer critério;
Cada cor abrandada revela a doçura,
Da coberta de espuma sua brancura
Até pontuais marés e seu gesto sério.

Ah! dirão, e a profundeza de mistério,
Cujo fundo se encontra àquela lonjura
De amplidão imensurável e tão escura
Do tamanho de um inteiro hemisfério?

Quando à mente tais questões tragas,
Pense na água, não apenas nas fragas,
De modo que qualquer dúvida se esvai.

Refletindo a luz do avermelhado poente
O poeta transcende pelo que vê e sente,
Então chora quando a sua ficha lhe cai.

domingo, 8 de outubro de 2017

O Mar

Há que reconhecer, tudo acaba na praia
O sólido, o etéreo e mesmo a essência
Até o oceano nessa magnificência
Não existe onda que na areia não caia.

O pôr-do-sol merece aplauso, não vaia
Veranistas o louvam na sua saliência
Porquanto na praia rei sol é eminência
Muito mais, até, que nossa própria Gaia.

Oceano, milênios muitos, atravessa
Mas constrói e desmancha continentes
E ninguém sabe onde termina ou começa.

Então, este mar que vemos tem insistentes
As marolas e ondas que trabalham a beça
Sequer no escuro da noite estão ausentes.

domingo, 30 de abril de 2017

Ode a Floripa


Pois a bela Floripa plantada numa ilha
Onde, se diz, casos e ocasos são presentes
Nas tardes e manhãs nas quais este sol brilha
Mesmeriza e arrebata todas as mentes.

É Florianópolis das praias de família
Que une-se, para admirar os belos poentes
Os quais jamais negam show a todas as gentes
Uma cidade que o próprio caminho trilha.

A Floripa das buganvílias no jardim
Na praia nos dá espetáculo do luar
Pois sabe, sente orgulho de ser assim

Joaquina e Praia mole onde vão surfar
Esporte no qual Floripa é mais afim:
“Pedacinho de terra perdido no mar”.

terça-feira, 7 de março de 2017

O Mar à minha porta

O poderoso mar é grandeza, é fúria
De coerência assaz transcendental
Apesar de que o faz nunca por mal
Nem sequer por vontade ou luxúria.

Se seu comportamento causa injúria
No homem, bicho, continente ou nau
Há que entender sua rixa com litoral
É briga perpétua, de origem espúria.

Porquanto é inelutável o mar/oceano
Sequer se pode transigir de sua luta
E por mais que nos pareça inumano
Ele só um pouco do mundo desfruta

Porque certamente nunca foi leviano
É ente sem o qual a terra seria enxuta.

domingo, 16 de agosto de 2015

Mar

O mar é esconso como um mistério,
Com sua profundidade tão obscura
As ondas soando num labor etéreo
Criando espuma de vítrea brancura.

Então do ponto de observação aéreo
O oceano compõe uma sinfonia pura
Embora de cenho carrancudo, sério
Tudo nele será perene porque dura.

E quando desvanece a densa bruma
Resplandece o mar em brilho radioso
Então parece que mistério se esfuma.

Refletindo o sol no mar puro e airoso
E nuvens se vão abrindo uma a uma
Como a despir esse mar espetaculoso.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

À nave que vai

Soneto-acróstico

Se aquele é vento soprando quente
Infenso à calmaria da desesperança
Navega o barco no mar inclemente
Ganhando ares enquanto destrança.

Recolhe sua âncora no mar assente
Algum pretérito no cais que se lança
Nas velas em chamas então somente
Debanda viagem numa maré mansa.

O que faz a gaivota sem o seu bando
Mesmo que sardinhas não coma mais
A nave vai veloz, contudo até quando?

Receio que apenas em outros arraiais
Esse barco continue assim navegando
Seja Almirante igual entre seus iguais.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Soneto-acróstico


A maré e o mexilhão

Aonde o mar briga com o rochedo
Maré brava de extremada violência
Acode-lhe ao mexilhão ficar quedo
Resistir não lhe será boa tenência.

É obrigatório pois que o mexilhão
Encontre deveras um seguro nicho
Ou oceano com enorme vagalhão
Mata solenemente distraído bicho.

Apesar da maré num jeito brusco
Rasar os seres delicados e fortes
Incluindo até um rochedo farrusco.

Sabendo como livrar-se da morte
Conquista a maré esse molusco
Opondo-se que mar a vida aborte.