sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Quem lhe dá vida, reserva a morte


Vendo tanto desalento nesta vida
E pensativo, andando pelo horto
O poeta continuando na sua lida
Nos problemas do mundo absorto

Porquanto tudo que vê o entrista
É navio perdido em busca de porto
Não há o que o console ou assista
Pois seu viver é um caminho torto.

Resolver os óbices não sabe como
Essa existência não lhe dá conforto
Talvez que certo dia, num assomo

Lhe fosse muito melhor ser aborto.
E de sua lavra as palavras lhe tomo:
Prefiro neste momento estar morto.

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