sexta-feira, 29 de abril de 2016

Retorno

Resta que, por melhor que a viagem esteja
Estando longe de casa surge certa saudade
Têm-se pois que enfrentar volta numa peleja
O cansaço dum longo voo sem comodidade.

Retorna-se a este país tão tumultuado, enfim
Não sendo possível evitar óbvia comparação
O poder público da Austrália não é trampolim
Austeridade é seu lema e trabalho de montão.

Os impostos, que são bem menores que aqui
Bastam para uma ótima prestação de serviço
Real é a excelente qualidade de vida a qual vi
Autoridade com sociedade tem compromisso.

Se um dia o Brasil quiser tomar jeito, percebi
Imite os australianos ser permanecer omisso
Luta e trabalho sério tornarão ótimo o Patropi.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Viramundo

Olho no espelho e me vejo cansado
Dessa longa via, de tanto caminhar
Andei tanto sem ter prá onde voltar
Buscando futuro sem ter um passado.

Andei pelo mundo sem aprender nada
Sequer sei se algum dia algo construí
Porque cedo, muito cedo de casa saí
Viramundo me transformei na estrada.

Fico pensando que sempre fui assim
Pouca gente sabe ou lembra de mim
Porque onde andei não deitei raízes

E tudo que sei dizem os meus pés
E não interessa o que dizes que és
Se este mundo contem seres felizes.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Nostalgia?

As vezes sinto saudade do que não vi
Do tempo que, dizem, era só alegria
Do tempo em que o velho lembra e ri
Quando um mundo confiante existia.

Hoje insegurança bate a nossa porta
E vive enjaulado o homem honesto
Manda na cidade vadio de vida torta
E tudo vale: de sequestro a incesto

Fico decepcionado e pensativo então
Onde acabará essa lambança geral
Será numa guerra, numa convulsão?

Ou no mais monumental quebra pau?
Não sei se é assim, nem digo que não
Pois este é país do sol e do carnaval.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Gente australiana



Austrália berço da civilização mais antiga
Baluarte dum homem rústico e resistente
Origens obscuras que até à ciência intriga
Registro antiquíssimo existe dessa gente
Índios nunca beligerantes, alheios à briga
Generosos de índole prática e persistente
Ecoam a natureza pois esta não é inimiga
No que hes tange do passado ao presente,
Eles o fazem que sua vida muito bem siga
Se alimentam de frutos raízes e sementes.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Flora Australiana

Broto da samambaia comparado com mão

Segue que samambaia é uma antiga planta
A mais pretérita aqui deste velho planetinha
Mesmo tão vetusta ainda bela ela se levanta
Adornando matas úmidas desde muito vinha.

Mas essa planta extrapola aqui na Austrália
Bem maior e robusta que congêneres suas
Assim, troféu de tamanho espécie amealha
Inata exuberância que atrai ledas cacatuas.

Aborígenes afirmam que seu broto é iguaria
Grandes rebentos de folhas de forma espiral
Instigante grelo que só nesta planta se veria,
Garantindo alimento em caso de fome afinal.

A samambaia gigante portanto é protegida
Não existe muitos espécimes na natureza
Tem-se que cuidar com carinho dessa vida,
Então encantar-se com sua graciosa beleza.

domingo, 24 de abril de 2016

Flora australiana

Bottle tree

Árvore bojuda e meio engraçada
Reside no deserto linda, solitária
Vê-la faz parte desta caminhada
Observar a beleza extraordinária
Resta bem poucas, quase nada
Ela decana, mais que centenária.

Grosso tronco uma garrafa quase
Algumas vivem milhares de anos
Ramos magros referentes à base
Resiste à seca, e não a humanos
Assim vive bastante em cada fase
Floresce sempre apesar de danos
A menos que uma monção atrase.

sábado, 23 de abril de 2016

Flora australiana

Baobá australiano

Basta se pensar no principezinho
As árvores logo vem à lembrança
O que nos diz destino comezinho
Baobá até esta Austrália alcança
Árvore icônica que aqui fez ninho.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Flora australiana



Conhecida como árvore de natal
Hiberna e floresce no fim de ano
Ramosa, contudo não é florestal.
Irradiando um amarelo acadiano,
Seu estilo é bonito a dar com pau.
Tem poucos exemplares, é rara
Mas aqui na Austrália é endemia
Assim, a sua existência não para
Sob o jugo do deserto ela se cria.

Toda Christma é quase sagrada
Recebe cuidado das autoridades
Ela goza privilégio é bem cuidada
E quem já a viu sente saudades.

Tiradentes diria



Queríamos altos desígnios para o país
Sacrificando até própria vida para isso
Libertar do garrote esta pátria, eu quis
Contudo sucedeu-me um povo omisso.

As vezes pergunto: O que foi que eu fiz
Criando para os lusos aquele reboliço
Tentando desligar a Colônia da matriz
De acordo a devaneio de meu toutiço?

Agora não adianta chorar as pitangas
O povinho merece o governo que tem
Essa politicalha é rebotalho da ganga.

E a fina essência da escória também
A qual afana do povão e ainda manga
Pouco ligando pro futuro que não vem.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Bichos australianos

Lagarto da língua azul

Ligeiro, bonito, exótico e raro
Íntimo nem sequer dos filhos
Nesta vida solitária não paro
Gosto de vida mansa e brilho
Um dia perfeito é um dia claro
Assim continuo um andarilho.

Azul é minha língua estranha
Zoa com ela só algum infeliz
Um que na vida nada ganha
Logo apenas besteira ele diz.

terça-feira, 19 de abril de 2016

À redenção dos nativos


Hordas de bárbaros navegantes lusitanos
Ousando cruzar mares nunca navegados
Jactaram-se ao verem seres “subumanos”
Envergando pouca roupa ou até pelados:

Deus os fez para que nos sejam escravos
Inféis, que vamos catequizar no trabalho!
Acontece que índios são guerreiros bravos
Driblaram aquele luso navegante paspalho.

O explorador que só moleza e ócio queria
Índio rebelde e determinado aí encontrou
Nada do que o lusitano mandava ele fazia

Depois, o guerreiro no mato se homiziou
Infernizando a vida do europeu em razia
O português inútil à terrinha quase voltou.

19/04 dia do índio



Da Europa chegou ávido, o lusitano:
Ilha de Santa Cruz, olha, desabitada!
Aqui vivia o silvícola um ser humano
Desprezado pelo branco como nada.

O dia de hoje tenta desfazer injustiça
Sentida por quem cá sempre morou
Ímpio luso somente rezou sua missa
Nada trouxe, daqui quase tudo levou.

Dos índios tiraram a cultura e a terra
Indefeso e triste o natural agora está
O mandrião luso lhe declarou guerra
Somente índio perdido, no mundo há.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Fauna australiana

Lagarto de cauda truncada

Ladino não, contudo prevenido
A minha cauda aqui não existe
Garanto que, por mais dolorido
Atacar minha cauda é despiste.

Rápido quando atacado por trás
Tenho chance de fugir correndo
O atacante não me verá jamais
Sem cauda eu continuo sendo.

E nada nesta terra me chateia
Meus dias cheios de aventura
Costumo ter esta barriga cheia
A cada dia durante a vida dura.

Um inseto? Adrenalina na veia!
Deixo algum prá refeição futura
Assim não engordo como baleia.

domingo, 17 de abril de 2016

Natureza australiana

Uluru, segundo maior monólito de arenito do planeta.

Um monólito de inigualável beleza
Lá no outback, no centro deste país
Um monumento da própria natureza
Realmente sagrado, povo nativo diz
Ungido de cores, cheio de surpresa.

sábado, 16 de abril de 2016

Bichos australianos

Rato marsupial

Realmente, pequeno rato pareço
A explicar, sequer sou placentário
Ter rabo de cavalo tem seu preço
O que me torna ser extraordinário.

Mas não digam que sou bichinho
Alimento-me de répteis e insetos
Radical, pois só vivo bem sozinho
Se tenho filhos fico mais inquieto.

Uma vida matreira, pois sou presa
Pulo como canguru e muito corro
Instinto aguçado é a minha defesa
Assim, não vivo pedindo socorro
Levo vida tranquila com destreza.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Bichos australianos

Lagarto espinhoso

Longe da cidade, longe do homem
Aqui até formiga verde se esconde
Garanto no outback perigos somem
Ainda que viva neste não sei onde.

Rápido não sou, contudo nem ligo
Tenho fama de lagarto bravo, feroz
O que não é verdade, meu amigo
Este deserto é que tornou-se atroz.

Só pra me defender tenho espinho
Para alimentar-me gosto de inseto
Inclino-me contudo a viver sozinho
Na meu esconderijo, muito quieto.

Hoje já descobriram que sou da paz
O que me torna um objeto de estudo
Saber sobre o minha vida, tanto faz
O que eu quero é permanecer mudo.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Neto




Concebido no interior da Austrália:
Aussie, Doukhobor e Kaingangue*
O carinho do avô coruja amealha
Porque é sangue do meu sangue.

Um dia, já com as asas compridas
A encarar o mundo, sai a caminho
Buscar mistérios, descobrir a vida
E verás que nunca estará sozinho.

Liam, que tu nunca esqueças o lar
Lá onde te ensinaram teus valores
Aonde foi amado e aprendeu amar.

Piá, colha da existência pendores
Amenidades? Deixa a coisa rolar
Os céticos, da Terra são senhores.

* Australiano;
* Descendente de etnia russa;
* Meu avô materno era Kaingangue, silvícola brasileiro.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Bichos australianos

Varano no seu ambiente natural

Vivo por aí no outback australiano
Aqui pois sou chamado de varano
Réptil maior que outro semelhado
Ando neste meio, despreocupado
Nada faço de segunda a domingo
O que as vezes perturba é o dingo.

O Sapo barbudo

Um dia o metalúrgico vendeu um sonho
Um dia acreditou no sonho, a população
Um dia: a esperança na urna eu ponho!
Da bagunça e do caos vai ser redenção!

Era proposta de justiça e mundo risonho
Nós todos: Viva o Lula! Ele é o campeão!
À esse mundo novo, meu prazer exponho
E a vida corria solta sem susto e tropeção.

Mas o sapo barbudo era apenas embuste
Só o que fez foi roubar nossos caraminguás
Entre nós não existe quem não se assuste.

Ó Brasil, tiro muito mais do que tu me dás!
E sou honesto, nada há que me deslustre
Mas onde houver o que roubar, vou atrás.

terça-feira, 12 de abril de 2016

A megera não larga o osso

Apegou-se ao Alvorada, a incompetente
Morre incrustada no poder se preciso for
O poder corrompe, ainda mais essa gente
Confesso, político assim me causa terror.

Refém da própria incúria e da necedade
É um carcinoma que deverá ser extirpado
Incluindo esses energúmenos da lealdade
Apenas desse jeito o país será libertado.

Senhora que jamais o executivo exerceu
Ela ao poder foi alçada pelo sapo barbudo
Assim, ao mais alto cargo ela ascendeu
Contaminada pelas maracutaias, contudo.

Hoje, mal pendurada, a mocreia balança
Aos bilhões pros vis deputados ela lança
Nunca se fez tamanho afano e lambança

De uma incompetência assustadora e vil
Ousa achar que a crise não lhe compete
Um dia culpa um, noutro a culpa é de mil
Mas se algo der certo, dela será o confete.

A rainha da cocada preta se acha, a rufiã
Refestelada no Alvorada, tal uma estrela
Alguém já lhe disse: não terá um amanhã
Inclusive, todos pela costas querem vê-la.

Nas suas noites mal dormidas ela delira
Hoje o congresso não me tratou tão bem
Acho que eles cansaram de tanta mentira
Depois, por certo, vão me cassar também.

Agora devo pegar aquela afanada grana
Comprarei todos com auxilio do Luladrão
O que não quiser a bufunfa é um sacana
Contudo terei uma maioria na minha mão.

A estratégia será: é dando que se recebe
Dou a grana e o corrupto curva a espinha,
Assim também trato a famigerada plebe.
Parlamentar é tão somente trombadinha.

Reiterando que daqui ninguém me deleta
Eu, entretanto, a vontade do povo ignoro
Tento, por todos os meios, dobrar a meta
A menos que tudo dê errado, daí eu choro.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

De mãos sujas

Fico por aqui pensando com meus botões
Por que nessa política só tem ladrões?
Ó Petê, tu, que imagem de vestal vendias
Mas só tem larápios, rufiões e vadias.

Eles para seus problemas têm soluções
Porém não pensem que resolvem com tostões
Se as burras da Petrobras ficaram vazias
Não resultaram das ações puras e pias.

Por exemplo, Lula que metalúrgico era
Tem apartamento tríplex no Guarujá
E sítio rico e luxuoso que é quimera.

Afirma ele, que bens um amigo lhe dá
E que por se bondoso, ganha o que se espera
Porquanto homem um mais honesto não há.

domingo, 10 de abril de 2016

A Megera continua...


Tire o seu cavalo da chuva meu amigo,
Se você cogita que a Megera vai cair.
Ela tem toda grana do mundo consigo
E aos vendilhões de alma vai distribuir.

Na sua visão não existe joio nem trigo,
A todos muita grana garantindo o devir:
Assim permanecer no trono eu consigo,
Creio que no prato eles não vão cuspir!

Então em mãos sujas está nosso futuro
Bandidos, de ambos os lados eles estão
É o dando que se recebe mais que puro.

Não existe saída, grana de mão em mão.
Saber dessas iniquidades é o mais duro
Porquanto nessa política não há solução.

sábado, 9 de abril de 2016

Embusteiro!


O sapo barbudo que morava no abecê
Metalúrgico incapaz que perdeu o dedo
Pôs quase todos sindicatos a sua mercê
A pusilânimes patrões metia certo medo.

Um dia tornou-se presidente, veja você
E distribuiu a renda desde muito cedo
Sem explicar ao menos o mero porquê
E o medroso meio campo ficou quedo.

E quando cresce a economia, a partilha
Sequer importando o que custar, custe
Quanto mais dá mais sua estrela brilha.

E cada novo ano aquele enorme ajuste
Mais parecia um vendedor de maravilha
Revelou-se, no entanto, rei do embuste.