quinta-feira, 28 de abril de 2016

Viramundo

Olho no espelho e me vejo cansado
Dessa longa via, de tanto caminhar
Andei tanto sem ter prá onde voltar
Buscando futuro sem ter um passado.

Andei pelo mundo sem aprender nada
Sequer sei se algum dia algo construí
Porque cedo, muito cedo de casa saí
Viramundo me transformei na estrada.

Fico pensando que sempre fui assim
Pouca gente sabe ou lembra de mim
Porque onde andei não deitei raízes

E tudo que sei dizem os meus pés
E não interessa o que dizes que és
Se este mundo contem seres felizes.

2 comentários:

  1. Jair, um dos mais bonitos poemas que li aqui!
    Comove, e se pegar a gente de mau jeito, nos vemos no poema, também!
    Abraços!

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  2. Caro amigo poeta Jair, poeta de todos os temas, feiticeiro das palavras, tu conheces o ofício!
    Um abração. Tenhas uma boa tarde.

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