sábado, 30 de dezembro de 2017

Sapiência?

Pois de que adianta ser descolado
Sem entender do que trata essa vida
Morar numa dimensão indefinida
Desdenhando do que está a seu lado?

Pois de que adianta ter decretado
Que a vida é tão somente corrida
Má quando sobe e legal na descida
Quando desdenha dum pobre coitado?

Criticar sem dizer o que faria
Uma perspectiva muito sombria
Daquele que se acha sabichão.

Somos companheiros neste Planeta
Mesmo que seja só duma opereta
Onde ninguém é sábio de antemão.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

A vida é...

A vida? intrincado quebra cabeça
Que muitas escolhas nos oferece
Independente do que aconteça
Cada pessoa terá o que merece.

Porém, as vezes, nem tudo se encaixa
Algumas peças faltam simplesmente
Que não nos deixam de cabeça baixa
Mas que estimulam andar para frente

Contudo, é compulsório sonhar
Com descontração fugaz de euforia
Descobrir onde está nosso lugar

Neste mundo que rescende poesia
Que antes de mais nada é nosso lar
E nos dá grande arena pra porfia.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

E la vita va...

Nada melhor do que termos setenta
Embora nos surjam rugas na face
E um caminhar claudicante se trace
Porque nesta idade a vida é lenta.

Mais velho, tanto mais revés se aguenta
Porém nenhum problema nos enlace
E pra andar de ônibus nós temos passe
Sequer mais ligamos pra vestimenta.

Já não nos contempla fala sagrada
Sim, ouvimos, mas não dizemos nada
Felizes, ninguém quer nosso palpite.

E quando se fala de cemitério
É, pode ser assunto muito sério
Mas não devemos pensar em convite.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Ócio

Permaneço deitado na minha cama
Mas nem ligo se lá fora é dia
Pois talvez seja uma manhã fria
Que tristeza nas pessoas derrama.

Mesmo sabendo que esta vida clama
Pra sociedade que ache harmonia
Perpassa-me certa melancolia,
Que vai se queimando em lenta chama.

O dia? pouco importa se quero vê-lo
Porque tem a indiferença do gelo
E coisas mais úteis para fazer.

Afinal, assim quebra-se o encanto
Aqui deixa-me tranquilo um tanto
Preguiçoso curtindo este meu lazer.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

E la nave va...

Rumando às estrelas, a astronave
Cheios de orgulho pela conquista
Reunidos, homens em ledo conclave
Têm exploração dos Cosmos em vista.

Será que eles conhecem os entraves?
Quando o astro visado, tanto dista
De entremeio tantos óbices graves
Que saturam essa comprida pista?

Sonhadores, eles têm esperança
Mais que todos, enxergam o futuro
E se não for sério o projeto dança.

Então, o que fizeram está seguro
É como navegar em maré mansa
Talvez como transpor um velho muro.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Alex, o Grande

pós as fronteiras desconhecidas
evou tremendas tropas para além,
ntão conquistou terras esquecidas
enofobia não, não cabia desdém.

inda que tenha tudo conquistado
ão só isso legou pra posteridade
eixou a sapiência como legado
efere: bobagem a propriedade.

E que, tomados, nada valem bens
ais vale é fazer o bem somente
lexandre diz: importa o que tens?

rande, como o era este vivente
ecessário lhe darmos parabéns
O bom senso de Alex está patente.

domingo, 24 de dezembro de 2017

A ceifadeira

E, mortais são todas as criaturas
Por mais que viva, cada uma morre
Está escrito, então assim decorre
Pra toda gente, em todas as culturas.

Hipócritas e, também, almas puras
Vai o sóbrio, e o carinha de porre
Sedentários, e aquele que corre
Saudável, e aquele do mal sem cura.

Morre-se como remédio faltasse
A medicina não te livra a face
Você pode ser bom, mas é mortal.

Buraco para o ateu e o piedoso
Um fim ameno ou um fim doloroso
Não importa, morte é sempre igual.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Minha mente

As vezes minha mente vaga fora
E vai, calma, batendo suas asas
Por sobre florestas, rios e casas
Contemplando a beleza da aurora.

Mas há momentos como este agora
Que pedem tão somente reflexão
De parar quedo com os pés no chão
Lembrando outros eventos de outrora.

Muitas vezes minha mente vai embora
E não chego a nenhuma conclusão
Porquanto prá lá onde foi se demora
Que faço? Eu pergunto então.

Pois é carinha, nada faça por ora
Porque tua mente sempre tem razão!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Andarilho

Um homem andando pelo caminho
Sorumbático e triste soluçava
Tinha razão, a vida lhe era brava
Preferia então caminhar sozinho.

Muito cedo ele abandonou seu ninho
Agora, tristonho já não cantava
Havia mandado o mundo às favas
Mas, se consolava bem baixinho.

Andando, se perguntava o porquê
Talvez procure algo que não se vê
Muito além da imaginação sua.

Dúvidas? Pergunte só ao sereno
Este tem o conhecimento pleno
Do que esperar andando pela rua.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Choque

O pobre ente de andar burocrático
De falar sinuoso e arabesco
De cérebro nem um pouco fresco
Desejando ser leve, bem simpático.

Vê essa tal modernidade, apático
Sequer entende de amor farsesco
Que nessa tal web parece grotesco
Praquele que nunca foi informático.

A juventude parece singular
E com pitadas de algo bem vulgar
É como se nas coxas fora feita.

Portanto prefere a luz do luar
Onde, quieto, se põe a pensar
Que sua avenida é assaz estreita.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Poetas dizem...

Não importa como o vate se veste
Ou se encontra falando com as rosas
Desde que suas auras luminosas
Sejam reflexo duma luz celeste.

Mas, palavras do bardo nunca conteste
Que sejam caducas ou primorosas,
Ou que se confundam com suas prosas
Elas são importantes, não um teste.

Pois o vate, mesmo aqui na planura
Sua mente voos altos assegura
Então é de lá que surge sua voz.

Sempre uma voz que se ouve de longe.
Como se de discretíssimo monge
Que tem recado discreto pra nós.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Caquético

Ah! que saco ouvir aquelas falas
Ali, dizendo que é bom ser velhinho
Porquanto acho que parece mesquinho
Galgar uma velhice sem escalas.

Porque nós, velhos, vivemos em salas
De esperas médicas, o nosso ninho
Onde só tem água, mas não carinho
Trocando dores, portando bengalas.

Para todo velho, o tempo é cego
Mas a ele sem receio me entrego
Porque pior é achar que se pode.

Quando, na verdade, se foi esta vida
Pois envelhecer na justa medida
É perfeito, desde não te incomode.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Da vista da colina

Sentado no topo desta colina
Ao longe uma pequenina aldeia
Mata, caminhos, tudo certo, creia
Pensamento na criação divina.

Vejo mensagem sutil, cristalina
Que mantém minha mente cheia
E vital fluxo correndo na veia
Nesta paisagem que algo ensina.

Acho que seja por tal bucolismo
Ou por esta mente contemplativa
Gosto por demais desta estação.

Não há susto de vulcão como sismo
O que se vê é a natureza viva
Que ao caos mundial, daqui diz não.

domingo, 17 de dezembro de 2017

A Diva

Curvas sensuais, corpo cinzelado
Sob qualquer aspecto, deliciosa
A moça passa, perfume de rosa
Mesmerizado, então fico calado.

Sorri perfeita, sorriso rasgado
A involuntária plateia, nervosa
Um artista a vê em verso e prosa
Mas, apenas digo: muito obrigado!

Os cabelos sedosos pelos ombros
Sua meiguice com brilho de assombros
Arte real, em veraz harmonia.

Tudo deixa extasiado o artista
Que quase não crê na sua vista
Matéria prima pra pura poesia.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Artista e sua obra

Matéria prima que move o artista
Há quer ter conteúdo, mais candura
Para que, seja verso ou escultura
O público atenção à obra invista.

Se o resultado, o público conquista
Mesmerizando-o a esta altura
Certamente é uma obra segura
Bem agradável de se ter a vista.

O autor chamar atenção, não implora
Vai sentindo a repercussão na hora
Sorridente se a obra for bem feita.

Observa atento, ou até compassivo
Ele deve entender qual o motivo
Se aquela peça não for bem aceita. 


sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Rimando por aí...

Heureca! rimar poetando é isto:
Captar as essências dalgumas cousas
Escrevê-las em estrofes nas lousas
Então mostrando ao mundo que existo.

Tema tanto melhor, se menos visto
Explorando o interior da cabeça
Há tanto para que bem aconteça
De forma que minha rima conquisto.

Rimar é literatura e não crença
Acomodar termos por parecença
Que uma palavra a outra se case.

Então conhecendo esta mecânica
Evitar medonha rima satânica
Mas fazer uso correto da crase.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Segue a vida...

Minha mente aguda como gazua
Penetra sonhos em busca de luzes
Então, segue amoque, nunca recua,
Vai violando muros como obuzes.

Batalhando pelo texto perfeito
Embrenho-me de músculos e ossos
Buscando sentido até em destroços
Sem pré julgamento, sem preconceito.

E tenho satisfação pelo esforço
Trazendo alguma conquista no dorso
É porque, perder todas não se pode.

Porém, um dia ganha quem batalha
E deixa para trás algum canalha
Que não respeita meu fio de bigode.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Natureza


Do meu ponto eu enxergo as aragens
Que das florestas fazem ramaria
Parece, as plantas prenhes de alegria
Compondo umas idílicas paisagens.

Minha mente se perdendo em viagens
Com a vista em completa harmonia
Torcendo pra que não acabe o dia
Que desfará quadros tão selvagens.

Pois agradeço viver neste mundo
Trágico, mágico, belo e fecundo
Mas que nos oferece suas flores.

Em algum lugar sempre é primavera
Onde há olor e cada flor é sincera
Onde as aves praticam seus amores.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

O bicho homem!

A raça humana se acha no sólio:
- Porque meu destino eu mesma traço!
- Rápido nas pernas, forte no braço
- E do planeta tenho o monopólio!

Acha-se pois, inserida no espólio
Mas com um sentimento tão escasso
E um coração tão duro como aço
No fluxo de sangue, apenas óleo.

Porém, de cabeça ereta andando
Onde pára, amoque formando bando
Diligente, sequer obedece turnos.

Se diz sempre subindo uma escada
Respeito à natureza? Isso, nada!
E sempre vai ao leito de coturnos!

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Elfos e quimeras

Pois o vate não busca a claridade
Onde esta lhe aparece de graça
Prefere uma escuridão que passa
E vai criando sua própria verdade.

Então, no escuro, pela cidade
Ele quebra da noite sua couraça
Naquele momento que os versos traça
Com bastante talento e humildade.

Tira rimas da dor escrusciante
E versos lhe vêm a qualquer instante
Através de rimas ricas e austeras.

Enquanto sente o poeta insiste
Compondo poema alegre ou triste
Habitado por elfos e quimeras.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Somos poeira de estrelas

Este Cosmos profundo e curvilíneo
Que não sabemos de suas raízes
Mas nos abriga em globais marquises
Está presente no fluxo sanguíneo.

Das estrelas, um filho ferrugíneo
É a criação de todas as matizes
Sejam seres tristonhos ou felizes
Uma prova de qualquer escrutínio,

Das estrelas evoluímos, sem saltos
Tanto nós, como os baixios e altos
Nesses transcendentes éons tão longos.

De bactérias a primatas risonhos
De musgo a seres que tem sonhos
E capazes de construir ditongos.

sábado, 9 de dezembro de 2017

Nós no cosmos

Onde o horizonte de eventos existe
Contudo, a distância real encobre
Então há muito pouca luz que sobre
Quando pensamos, parece bem triste.

Nem aos telescópios alguém assiste
Aquela ocorrência, digamos, nobre
Mesmo que Hubble sua nitidez dobre
A fenomenal distância resiste.

Então, apenas cogitações sombrias
Turvadas por solares ventanias
Tornam uma lucubração tão forte.

O cosmos não é imensa avenida
Antes, é um nascedouro de vida
No qual vivemos apenas por sorte.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Juízo final

O apocalipse promete redenção
Porém não um oceano de doçuras
E somente praquelas almas puras
Que resistiram a toda tentação.

A crença que boas novas virão
Não convida a maiores aventuras
Descarta umas tantas amarguras
E, então conforta alma e coração.

Se tu fostes bom, acabarás rindo
Se, não, ao inferno serás bem vindo
Então fique em paz, meu caro amigo.

Porque almoço de graça não existe.
Só pecador permanecerá triste
Mas tua alma ficará num abrigo.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

O riacho

O riacho timidamente nasce
Modesto, vai rastejando normal
Ele sabe que neste trecho dá vau
Contudo, logo terá outra face.

No entanto, rolando pelo caminho
Surpreso, aos poucos se vê engordando
Um tanto, que sequer sabe até quando
Enquanto flui quieto, de mansinho.

Solitário, anda no solo ermo
Não percebendo onde será seu termo
Conduzir as águas é seu destino.

De mansinho torna-se caudaloso
Acelerado, vivo e buliçoso
Ciente de sua existência, imagino.