sexta-feira, 31 de julho de 2015

À cura

Soneto-acróstico 

Funesta teia de células rebeladas
Onde massiva nocividade grassa
Roendo organismo pelas beiradas
Anuncia destruição e a desgraça

Caranguejo de gadanhas afiadas,
Agressivas cujo ataque não passa
Resisto às investidas malfadadas
Assim como mal que você abraça.

Não caio nas suas garras, maldito
Garanto que não vai existir porquê
Uma doença tão fatal não admito.

Então se suas maldades não se vê
Jungi seus malefícios, mais seu fito
O meu corpo não é repasto pra você.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

O caranguejo

Soneto-acróstico 

Oculto nas entranhas onde não o vejo
Maldoso, cheio de maldosa artimanha
Encontra-se aquele terrível caranguejo
Ulcerando qualquer órgão que apanha.

Come lento, deliciando-se a seu desejo
Arrastando-se como fosse uma aranha
Resiste à medicina com o lauto bocejo
Ainda sabendo que ninguém o apanha.

Não sei meu fim e não o sabe ninguém
Garanto, ele está no controle, contudo
Urdidor manhoso mui eficiente também.

E sobre vencê-lo agora, já não me iludo
Jogo a toalha, aguardo aquilo que vem
O câncer é um mal que me deixa miúdo.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Ao grilo

Soneto-acróstico 

Grilo que na floresta o canto desfia
Riscando tons nas cordas do violino
Ignorando que é assunto de poesia
Ligado não comete sequer desafino.

Onde estiver seu canto ouvido seria
Envolvente, irritantemente argentino
Apenas denotando sua vera alegria
Sabe tanger cordas, é o seu destino.

Era esse grilo que o poeta descrevia
Repleto de candura sem nenhum tino
E que estava no telhado em cantoria.

Sendo assim meu comentário assino
Tal grilo certamente sabe a melodia
Até porque não faz nenhum desatino.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Tormenta


Uma confusão de raios e sons se ouvia,
Tudo sacudia aquela tempestade brava,
Terra, água, vento e lama que escorria
Uma trovoada com o ar se embaraçava.

Emborrascado o oceano se embravecia
E a manhã com tardinha se equivocava,
Enquanto o povo tão abalado estremecia
Com estrondo horrível, que assombrava.

Nuvens tantas sólidas como rochedos,
Cumulus nimbus altos como obeliscos
E tudo despencando como de penedos.

E altíssimos sons deixam todos ariscos
Assombrados, atônitos com seus medos
Dançando no céu os coloridos coriscos.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Literatice


Não termo neutro que sentido oblitera
Mas palavra positiva no sentir e falar
Que quando estimulada como fera
Vem e ataca diretamente na jugular.

Termo de solilóquio para mim já era
Palavra vazia de notação rudimentar
Pois da linha escrita mais se espera
Que um naturalmente mero versejar.

Há também linha cheia de quimera 
Porque para tudo se encontra lugar
Se real sentido assim não degenera.

Perguntamos então por que rotular,
Quando se está escrevendo à vera,
Não criando literatura espetacular?

domingo, 26 de julho de 2015

Imprevisões




Casaram-se nesta terra este e aquela.
Ele filho da puta, ela de mesa e panela
Entre eles dois havia apenas disparate
Previa-se no casamento muito combate.

Casados porquanto ele desejava só ela
Como um troféu sem qualquer sequela
Sem que a verdade dessa união retrate
Nessa existência de matizado escarlate.

Contudo, os que viam nela tanta pureza
Daquele viver comedido, calmo e morno
Jamais desconfiaram que ali havia vileza

A virginal traía o maridão pelo entorno
Que da honestidade dela tinha certeza
E jamais percebeu que tornou-se corno.

sábado, 25 de julho de 2015

Dia do escritor 25/07

Ouvi portanto, ó público expectante!
Das palavras toda sabedoria emana
Infenso ao apedeuta e ao ignorante
Ao trevoso, escritor dá uma banana.

Deixem os sete pilares da sapiência
Obliterar as trevas que tolhem a vida
Escritores com vontade e consciência
Saciam do saber a penúria incontida.

Cada livro é uma janela escancarada
Revelando lá fora uma paisagem nova
Infeliz do homem que daí não tira nada.

Todo escritor, contudo, algo ele prova
O mais das vezes indica ali é a estrada
Resume o existir até o fim, até a cova.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Morrer é preciso


Foste luminoso? Já ninguém mais o vê
Enterrado agora tal esquecida quimera. 
Somente quando vivo enxergavam você
Depois que morreu tua memória já era.

Ao pó retornou, e não indague o porquê
A sua vida terra foi apenas uma espera
Apenas aquele mísero rastro no parquê
Ou somente um dia claro de primavera.

Na terra úmida, será comida de vermes
E que fora uma ser vivente, mulher linda
Está sendo devorado desde a epiderme.

Porque a vida, só é vida até que finda, 
Depois será uma podre matéria inerme
Pois não existe antídoto prá morte ainda.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Cada vida um rumo


Como um pai de seus filhos distante
Não me vejo assomado por saudade
Se por destino eles seguiram adiante
Talvez lhes fortaleçam essa liberdade.

Pois o mundo é quintal da minha casa
Esse é um lema que a eles os ensinei
Filho meu ao deixar o ninho ganha asa
E para isso que pois asas a ele eu dei.

Então, vá à luta que acolá te espera
Enquanto fico aqui torcendo por você
Vá em busca do teu sonho ou quimera.

Não fique de alguma incerteza à mercê
Quem vacila em qualquer decisão já era
Vagando pelo Planeta e ninguém o vê.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Vida e morte


A vida que no animado corpo ardia,
Não mais ali está, não mais a vejo,
Se fez invisível, mesmo à luz do dia
Desapareceu apesar do meu desejo.

Vicejava, porque chama nela havia,
Porém sei foi, não lhe resta lampejo,
Porque existência é rua de única via
Mas quando se vai, se vai de sobejo.

Ainda que tenha sido suave, de leve
Até que apagou, cumpriu seu destino
Como todo ser vivente pode e deve.

Porque não há qualquer sopro divino
Que torne perene essa vida tão breve
Motivo não há para qualquer desatino.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Vida


Esta vida é um caminho só de ida
É um relâmpago na atra escuridão
É o caminhar correndo sem medida
É correr adoidado, amoque, em vão.

É ir atrás da escolha desaparecida
É encontrar beleza e até desilusão
É cansar do movimento dessa lida
É ter consciência do sim e do não.

É no duro travesseiro deitar a cabeça
É amargurar a dor até que esqueça
É ter na mente que existe o mistério

É versar cada nota, então cada passo
É perceber que o tempo será escasso
É ter ciência que no fim é o cemitério.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

A cada um o que merece


É, as vezes choro e muitas vezes rio,
Pois quando a vida me bate aborreço
Como aproveita-la eu não desconfio
E receita de felicidade eu desconheço.

E, sem noção, pelo instinto eu me guio
Apenas julgo que tenho o que mereço
O que a vida me oferece eu não porfio
Na certeza sei que tudo tem seu preço.

Claro, gostaria de ter tudo que pudesse
Queria ter o mundo e permanecer quedo
E aproveitar cada coisa como acontece.

Porém sei que terá quem levantar cedo
Desse universo aproveitará uma messe
E ficará na expectativa quem tem medo.

domingo, 19 de julho de 2015

Espelho meu


Olhando espelho, admiro rosto que me vê
Não sei exatamente de quem é essa face
Ali está me olhando e me pergunto porquê
Entre eu e ela a atração parece que nasce.

Nem semelha formosa imagem, veja você
Até desdenha um pouco como tendo classe
Assim lembrando semblante que vi na tevê
Haverá entre nós certa amarra que enlace?

Ou este espelho fabrica nossa semelhança,
Para então desenvolver entre nós simpatia
Portanto manipula-me como eu fora criança?

Ou é engano, toda a semelhança só eu a via
E o espelho nem de longe respira confiança
Porquanto sua função só é mostrar sintonia?

sábado, 18 de julho de 2015

Confissão


Vejo-me como um mau ator em cena,
Que sequer sabe cumprir o seu papel,
Mesmo que atuação seja tão pequena
Busca merecer ao menos certo troféu.

E mantenho expectativa assim serena
No dia-a-dia dessa vida deixo cair o véu
Então se a minha satisfação será plena
Será porque às minhas escolhas fui fiel.

Portanto deixem-me verter a eloquência
Se a tenho, se a disponho com certeza
Pois pior seria concordar com ausência.

Nem tudo que escrevo mostrará beleza
Mas haverá verdade e grande coerência
Em tudo que produzo e ponho à mesa.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Vida perfeita


Lei suprema; se nasceste, fenecerás
Como veio a este mundo te despedes,
E terás retorno somente do que tu dás
Deixarás herança a quem te sucedes.

Aproveita deste planeta todo progresso;
Enquanto não te alcança a decrepitude.
Abstenha-se da luxúria de todo excesso,
Pois o mundo te cobra, mas não te ilude.

Deixe preservada a natureza como está,
Pense nos descendentes seus do futuro
Porque assim é a maior felicidade que há.

Então trilhe apenas pelo caminho seguro
E por sendas um tanto duvidosas não vá
Portanto serás homem verdadeiro eu juro.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Velhice


Maldito espelho me diz que envelheço,
Enquanto desaparece minha juventude.
Porém sei que esse degenerado preço
O tempo me cobra porquanto não ilude.

E o tempo à vida e beleza ele é avesso
Não adianta se você deseja que mude
Faça plástica e se abarrote de adereço
Vai envelhecer e seu fim será o ataúde.

Então lembre, ninguém fica prá semente
Independente de seu esforço ou vontade
Você envelhecerá como toda essa gente.

Ainda que aos céus você apele ou brade
O tal tempo piedade por você não sente
Pois a melhor virtude dele é a crueldade.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Tempo


O tempo é voraz, nos come a saúde
E a vida dos seres lentamente devora
Arranca-nos o ânimo mas nunca ilude
Desgasta a vida e nos manda embora.

Tempo é carrasco e não há que mude
E ao vasto mundo oferece aqui e agora
Aproveitar o melhor da nossa juventude
Porquanto a morte virá a qualquer hora.

Ah, não devemos com o tempo brigar
Sob risco de sermos devorados assaz
Porque o tempo aqui veio pra espaldar.

Leva beleza, porquanto sabe o que faz
Não tem contemplação e causa pesar
Sempiterno e nossa pobre vida é fugaz.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Liberté, Egalité, Fraternité

Quando o paupérrimo populacho ignaro
Unido sob a égide da vil fome que mata
Ajuizou-se, reivindicante de justo reparo
Tornou-se azorrague da autoritária nata.

Ousou desafiar nobreza num gesto raro
Radical, tomou a Bastilha como pirata
Zerou aquele poder, o que deixou claro
E por liberdade foi a Paris em passeata.

Desde o trio Liberté, Egalité, Fraternité
E mais de dois séculos após a Bastilha
Já esquecemos daquele glorioso tripé
Uma elite que governa só quer partilha.

Longe o ideal que não sabemos o que é
Hoje governante o ganho do povo pilha
O povo roubado, em tudo perdeu sua fé.

Poetando


Poeteiro sou, aquela Musa não tenho
Também qualquer inspiração sublime
Nem posso dizer porque aqui venho
Não consigo explicar o que me anime,

Contudo coloco palavras com engenho
E não existe problemática que me intime
No teclado fecho os olhos e cerro cenho
Buscando um alumbramento até sublime.

E fiel a minha escolha continuo a escrita
Mesmo que investindo contra um muro
Escrevo pois, o que minha emoção dita.

Não importa se o que digo é muito duro
E então algum poeta inspirado me evita
Penso apenas continuar o poeteiro puro.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

A noite


Quando o relógio as horas que vão aponta
E uma noite tenebrosa vem esconder o dia,
O sol se recolhe, e surge selene meio tonta
A qual desperta inesperada e lúdica fantasia.

Será um espetáculo maravilhoso, de monta
Que aos namorados inspira sexo e euforia
Mas, que no calendário diuturno não conta
Se não mais houvesse o luar o que se faria.

Entretanto, noite todos os temores esconde
Aqueles que durante o dia afligem a alma
Que permanecem ocultos não se sabe onde.

Então, essa escuridão quase tudo empalma
Muito embora por ali um certo mistério ronde
E tudo mais em volta permanece em calma.

domingo, 12 de julho de 2015

Pela vida


Pela aparência meu julgamento não faço
Embora o que esteja à frente eu conheça
Porém se por longo caminho vou a passo
Há que notar que boas indicações ofereça.

Não se pode adivinhar com dado escasso
Mesmo confiando apenas na sua cabeça
Dizer que tudo está ao alcance de seu laço
E obrigar com que um tal evento aconteça.

Portanto, conviver requer certa sabedoria
Que a sua maneira é uma espécie de arte,
Porque tudo se resume ao que se queria.

Se, contudo, você sempre faz a sua parte
Certamente sem dúvida eu  prenunciaria:
Todo pensamento que tenha não descarte.

sábado, 11 de julho de 2015

Tempo


Mas, que adianta litigar com destemor
Contra o tempo, esse implacável tirano
Que nos inflige desgaste, doença e dor
E os pés torna mais lentos a cada ano?

Se ignorarmos o tempo seremos felizes,
Essa entidade que no jardim abre a flor
Pois vamos cuidando de nossos narizes
E deixemos esse ente correr pra onde for.

Então, cuidemos para que a nossa vida
Apesar do tempo e dos percalços, siga
Porquanto sabemos que é rua só de ida.

Apesar do que alguém por aí ainda diga
Que o tempo é entidade doida, varrida
E que ser produtivos sempre nos obriga.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Ao dízimo

Soneto-acróstico

É, a gente com fogo do inferno ameaça
Natural que povo medo acabe sentindo
Ódio, miséria, cataclismos ou desgraça
Induzem crente ser na igreja bem-vindo.

Soltamos vitupérios naquela vil massa
Nós mostramos certo paraíso mui lindo
Onde rebanho fica em estado de graça
Persuadidos em nossa rede vão caindo.

Útil é toda orientação quando se passa
Logo o pastor tem que ser remunerado
Porquanto só relógio trabalha de graça.

Infelizes eles nos doam dízimo sagrado
Talvez por sua imaginação ser escassa
O bolso do pregador vive bem estofado.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Ao saber


Ignorando tudo, em inominável sanha
Ilustrou-se, da ignota história ao mito
E não deixou de lado alguma manha
Assim, acabou aprendendo num grito.

Acometido dessa febre meio estranha
Buscou no íntimo essência do infinito
Pois sabe de quem mais sabe ganha
E terá então derradeira palavra do dito.

E a mais ínfima sapiência ele apanha
Porque saber tudo que existe é seu fito
Desde de filosofia até a vida da aranha.

E que conhecimento não gera conflito
A sapiência bem contrária à patranha
Pois escuridão da necedade é delito.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Ghostcat


O gato fantasma é bem normal
Ainda que um pouco antissocial
Brinca, corre e salta pela casa
Voa pelos ares mesmo sem asa

Não é invisível, ele transcende
Quando você o vê, mal entende
Não faz cocô nem xixi no tapete
E possui um miado meio falsete

Não perturba esse gato decente
Com humanos mostra paciência
Como Cheshire some de repente

Por isso o gato desafia a ciência
Mas, para espanto de toda gente
Vive livre na minha consciência.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Pau neles!


Collor dizia ser o caçador de marajás
E demonstrou ser nada honesto enfim
Como mandatário, um político incapaz
Como caçador, um borra-botas chinfrim.

Neste momento justiça federal nos traz
Juiz Moro, que à bandalheira porá fim
O qual vai caçando dentro da Petrobrás
Bandido de terno que se acha mandarim.

Mafiosos corroíam a empresa por trás
Como a colher as hortênsias no jardim
E malfeitor de alto coturno diz-se audaz.

Mas finalmente vai acabar esse festim
Porquanto esse juiz Moro sabe o que faz
Não fica por aí gastando a toa seu latim.

Que bicho é este?


Tenho seis pernas portanto sou inseto
Não sou gordo sou esbelto como palito
Zumbidor e agitado, nunca fico quieto
Atazano as pessoas é o que têm dito.

Se perturbo o justo sono não me afeto
Mas por isso me denominam maldito.
Dai então levanto voo e pouso no teto,
E o dorminhoco picado do alto eu fito.

Como não sou politicamente correto
Por choro humano não me torno aflito
Não me importo se pico o avô ou neto
E para mim inseticida é somente mito.

Engana quem pensa que sou discreto
Pois saibam, sou o terrível mosquito.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Coisas


O que está feito está pronto, pronto!
Fazer mais não necessitamos mais
Se era para fazer um conto, eu conto
Porquanto não preciso mentir jamais

Cada coisa é a própria coisa somente
Não há que duvidar de sua qualidade
E sabemos que natureza não mente
Portanto a coisa em si, pura verdade

A coisa é uma coisa que outra não é
Pois subverter a natureza não se pode
Saber que a coisa existe, questão de fé

Embora o axioma a alguns incomode
E se permitam questionamento até
Não há de confundir cabra com bode.

domingo, 5 de julho de 2015

Acróstico


Tem épocas de muito trabalho duro
E outras de festas, de brincadeiras
Mas pra que permanecer no escuro
Porquanto existe mês de fogueiras?

O mês de junho tem brilho, asseguro
Deixa animadas as pessoas festeiras
Empenhadas num homenagear puro
Fogueira de São João a noite inteira

O que era alegre, hoje o é nem tanto
Gastar madeira oriunda das florestas
Um crime ecológico digno de pranto
Então, como iluminar nossas festas?

Incinerar a mata jamais, eu garanto
Recorrer a mata plantada nos resta
Assim um olho na lei outro no santo.
Seguindo caminho da pira honesta.

sábado, 4 de julho de 2015

O exame


Mais de quarenta determina o ensejo
De cheque na saúde nesta ocasião
De bunda prá cima na maca me vejo
Um exame na próstata, esta a razão.

Na sala adentra um médico gigante
Grossos dedos numa mão enorme
Esfíncter se torna medroso gritante
Existe no ar medo que o transtorne.

Usar como entrada o que é saída?
Aquele dedo deflorou meu traseiro
E minha bunda ficou toda dolorida,
Em fogo queimando como braseiro.

Agora o que eu faço da minha vida?
Dei a bunda e nem ganhei dinheiro!

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Perguntando


Quando desejo resposta, eu pergunto
Porém pergunta impossível não faço
Mas, quando curioso sobre o assunto,
Minha indagação ao mundo eu passo.

Minha pouca sapiência em conjunto
Com um conhecimento meio escasso
Representa que neste meu bestunto
Há que existir de informação um traço.

Porém, se algum tema me interessa
Estarei pronto para perguntar, afinal
Há resposta para isso? Estou nessa!

Nada do que há por aí torna-se banal
Cada elemento é do mundo uma peça
Que deve fazer parte do meu cabedal.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Palavras

Palavras são o que de melhor existe
Rasas, escrupulosas ou até levianas
Assim como a palavra pode ser triste
Zelosas até quando tu as abandonas.

Esmerado texto essa escritora o faz
Reúne originalidade e veraz talento
Dizer loas a essa autora tanto capaz
Eu faço alegre a qualquer momento.

Escutemos o que ela tem a nos dizer
Seus sonhos e opiniões que escreve
Convida-nos pensar e também viver
Reparando que comunicação é breve.

Escrever por prazer é a coisa melhor
Vive-se pois aquilo que se comunica
Então escreve-se de memória, de cor
Relembrando apenas aquilo que fica.