sexta-feira, 24 de julho de 2015

Morrer é preciso


Foste luminoso? Já ninguém mais o vê
Enterrado agora tal esquecida quimera. 
Somente quando vivo enxergavam você
Depois que morreu tua memória já era.

Ao pó retornou, e não indague o porquê
A sua vida terra foi apenas uma espera
Apenas aquele mísero rastro no parquê
Ou somente um dia claro de primavera.

Na terra úmida, será comida de vermes
E que fora uma ser vivente, mulher linda
Está sendo devorado desde a epiderme.

Porque a vida, só é vida até que finda, 
Depois será uma podre matéria inerme
Pois não existe antídoto prá morte ainda.

3 comentários:

  1. "Acostuma-te à lama que te espera", esse é o mote que rege esta vida merda!

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  2. Andas lendo Augusto dos Anjos, Jair?
    Esse teu poema lembra "Psicologia de um Vencido".
    Obrigado pela sua nobre e fiel presença repentista no meu blog.
    Lamento não poder corresponder a altura.
    Abraços!

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  3. Gostei muito, não sei por que os poetas quando falam da morte, comovem tanto! Muito mais do que quando falam de amor.
    Abraços, amigo!

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