quinta-feira, 30 de julho de 2015

O caranguejo

Soneto-acróstico 

Oculto nas entranhas onde não o vejo
Maldoso, cheio de maldosa artimanha
Encontra-se aquele terrível caranguejo
Ulcerando qualquer órgão que apanha.

Come lento, deliciando-se a seu desejo
Arrastando-se como fosse uma aranha
Resiste à medicina com o lauto bocejo
Ainda sabendo que ninguém o apanha.

Não sei meu fim e não o sabe ninguém
Garanto, ele está no controle, contudo
Urdidor manhoso mui eficiente também.

E sobre vencê-lo agora, já não me iludo
Jogo a toalha, aguardo aquilo que vem
O câncer é um mal que me deixa miúdo.

4 comentários:

  1. Pois, caro amigo poeta Jair, quando criança, por vezes perdi o sono, sobretudo, quando havia algum parente ou conhecido sofrendo daquele mal. Aliás, tive um tumor, que foi extirpado bem no comecinho, para minha sorte.
    Um abração. Tenhas um ótimo dia.

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  2. O cancro (câncer) deixa-nos a todos miúdos...
    Um excelente soneto, gostei iemnso, não só pela forma mas também pelo conteúdo.
    Caro Jair, tenha um bom resto de semana.
    Abraço.

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  3. Ainda apavora a todos nós, mas conta que ele não se lembre de mim, dos parentes e dos amigos! Aliás, esse poderia desaparecer do planeta.
    Abraços!

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