segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Aqui no Patropi

Ontem vivíamos só de esperança
Brasileiros sonsos amesquinhados
Realmente tratados como crianças
Apenas em campanhas lembrados.

Somente silêncio da urna emana
Implacável silêncio de abastança
Logo que eleito político dá banana
Povo elege a espera de mudança.

República de faz de conta isto sim
Exemplo de país das maracutaias
Condena-se pobre a comer capim
Ignorando homem público as vaias.

Salve, salve esse lindo pindorama
Aonde a Lei de Gérson é adotada
Menos vale realização que a fama
Uns se locupletam e a outros nada.

Dizem-nos que isso muda um dia
Até cremos tal como quem herda
Ricos, felizes e cheios de alegria
Porém continuamos nessa merda.

Assim caminha nossa triste vida,
Rico roubando a comida do pobre
Animado porque ele sabe a saída
Vestindo manto que tudo encobre.

Insisto em dizer, esperança não há
Vejo à nossa frente futuro nenhum
Esperar portanto para ver o que dá
Resulta em volatizar igual ao pum.

Um comentário:

  1. Amigo poeta, subscrevo teu poema. Não possuo talento e estilo iguais aos teus, mas tenho a mesma indignação surda e a mesma desesperança para esta existência. Sei que a nossa geração, a qual já passou da meia-idade, não verá nenhuma alteração no quadro.
    Um abraço. Tenhas uma ótima semana.

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