Acróstico em pretenso gauchês a Fábio, meu amigo de querências tão remotas que já nem sei se nascemos juntos.
Macanudo de boa cepa de Rio Pardo
Macanudo de boa cepa de Rio Pardo
Amigo de seus amigos
esse gaudério
Relho e soga na mão,
visão que guardo
Charla e mateia:
levando tudo a sério.
Oigalê! De pala e
bombacha no Pingo,
Sacudido e tapejara,
este vivente guapo
Farropilha cuera de
segunda a domingo
África comete sem
garganta, sem papo.
Boleadeira não é ilhapa
nem estranha
Ixê! lhe caem do bolso butiás,
as vezes
Orre diacho! Se na
merda rival se banha!
Tenência é para os borrachos
e as reses.
Empantufa-se de seus
filhos este vivente
Inclusive de Marilene,
a prenda preciosa
Xucro se torna se mexem
com sua gente
Enquizilha, então acaba
qualquer prosa.
Indio velho desse
mundão sem porteira
Riograndense de
russilhonas blasonadas
Aboletado no Capão da
Canoa de cadeira
Despacito, tropeia
lesmas nas calçadas.
Emboleia-se, as vezes,
no lento caminhar
O que não limita a boa
vida deste colhudo
Lento, sempre encontra
seu próprio lugar
Inclusive desta
existência ele sabe tudo.
Vaqueano, o vivaracho vareia
de vereda
E trote largo, deste
cabo véio não é praia
Indiferente, seja numa
lomba ou ladeira
Risca rua Marco, tal como não fosse raia
Afroxar jamais, nem que
o mundo queira.
Caro amigo poeta Jair, é como sempre digo, tu és poeta para qualquer assunto, conhecedor da lide poética ou da lida como dizemos aqui no velho Rio Grande, pois nesta bela homenagem ao Fábio de Oliveira, mostras teus conhecimentos das nossas coisas tal um gaudério genuíno, vivente do pampa, da fronteira, enfim, de todas as querências gaúchas.
ResponderExcluirUm abraço. Tenhas uma boa semana e um maravilhoso ano.