domingo, 6 de março de 2016

Despedida

Deixa-me tentar este verso caro
Que para o mundo o deixo claro
Mas não firmado na pedra a cinzel
Apenas rabiscos a lápis no papel

Será meu testamento, entretanto
Sem lamento, tristeza ou pranto
Dirá nas entrelinhas, no intervalo
Aquilo que por timidez nunca falo

Pois quando não mais estiver aqui
E nunca mais lembrarem de mim
Saibam que gostei de tudo que vi

E vi esse mundo tal como é assim
E a cada dia sempre mais aprendi
De tal modo que não lamento o fim.

3 comentários:

  1. É bom viver intensamente de modo que, quando findar a vida nada tenhamos que lamentar.

    Considero que gradualmente estou chegando a esse modo de pensar.

    Jair, muito bonito o seu poema! Realmente tem muito sentido para mim.

    Grande abraço!

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  2. Meu caro poeta Jair, belo soneto. Pois é, eis a importância de uma vida plena para quando partir não ser molestado pelo sentimento de frustração, ma pelo contrário, com a convicção do dever cumprido.
    Um abração. Boa estadia na terra do canguru.

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  3. É... vamos 'pensando melhor' com o andar da carreta... Mas não nos acomodando, e sim escolhendo o que o mundo tem de melhor para cada um de nós. É bem-vinda essa nossa transformação.
    Abraço!

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