quinta-feira, 9 de junho de 2016

Metamorfose


Naquela penumbra altivo cavalheiro
De chapéu, porte nobre, sobretudo
Ereto na chuva, orgulhoso contudo
Cabeça erguida, olhar sobranceiro.

Pisando solo lamacento, altaneiro
Me aproximo, dou-lhe uma esmola
Que incontinenti coloca na sacola
O vulto sequer agradece o dinheiro.

Não me cabe julgar esse inusitado
Contudo, vejo uma metamorfose
Se era um nobre está modificado,

Se observarmos de perto em close
Veremos então um pobre coitado:
O importante é não perder a pose.

3 comentários:

  1. Caro amigo poeta Jair, pois então, não é fácil perder posses, mas manter a pose.
    Um abraço. Tenhas um ótimo dia.

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  2. Sempre uma poesia maldizente de qualidade, poeta-astro Jair!

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  3. Oh, Jair,
    Coitado... não sabemos o que lhe custa, o que é humilhante receber a esmolinha!
    Olha eu cá defendendo o pobre mendigo...kk
    Abraços congelados desse pampa frio!

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