sábado, 18 de novembro de 2017

Quando eu me for

Quando eu for, favor não chorar por mim
Prefiro que guardes essa tua dor
Por certo é melhor que seja assim
E lembrar do melhor seja onde for.

Quando eu for, por favor sorria sim
Prefiro que não fiques em torpor
Somente meu corpo chegou ao fim
Os que ficam ainda podem compor.

Na cova não há beleza ou bondade
E tampouco espaço para saudade
Apenas muita paz, tão somente.

Nossa alma não tem nenhuma vontade
Só um grande silêncio a invade
E, naturalmente, ela nada sente.

Um comentário:

  1. Jair, acho lindo esses poemas que falam de nossa finitude, mas apenas os poemas, pois ficam leves, até bonitos! E você escreve sempre poemas que comovem quando fala desse tema, deve ser sua veia artística, sim, construir um poema é arte.

    "Quando eu for, por favor sorria sim
    Prefiro que não fiques em torpor
    Somente meu corpo chegou ao fim
    Os que ficam ainda podem compor".
    ____________________

    Estava lendo a Lya Luft (Sobrevida) e depois vim no seu e as coisas casaram:
    (...) os mortos pedem
    memórias doces
    que não os pertubem,
    e que a gente viva, sem muito desgosto,
    mais nada.
    (pedem silêncio e que os deixem em paz).

    Abraço, meu amigo.Muito, muito bonito.

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