sábado, 13 de outubro de 2018

Poetando por aí

Cumpre o poeta sua obsessão pela rua,
e não lhe cai bem permanecer no aconchego;
porquanto seu grilo dalgum desassossego,
é moto que no tal alumbramento atua.

Mas, justifica, o vate, esse formal apego?
sem que, através dele, seu poema construa?
preto no branco, uma verdade nua e crua,
sem obscuras partes, como fora um morcego?

Compor, para o vate, não pode ser suplício,
tampouco certo feito que a todos agrade,
poema, não se constrói, não é um edifício.

Poemar é sair em busca da verdade,
se possível, com pureza, sem artifício,
porque a fórmula estará na simplicidade.

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