Pra fazer versos não precisa ser
asceta
Porém, precisa as pestanas ter
queimado
E mais: ter em mente certa aceitável
meta
Então, todo o universo ouvirá seu brado.
Eis que, ao morrer, a sua obra se
completa
Pois senso dos leitores a terá
filtrado
E ganha força, mesmo criação discreta
Mas os seus erros? Apagam-nos o
passado.
Versar é ensacar temores e sensações
Embrulhados em transparentes versos
É externar variadas perguntas e
senões
Criar estranhos singulares universos.
Dosar muito bem as pitadas e porções
Para não cair nos tais caminhos
transversos.
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