domingo, 29 de abril de 2018

Kafkando

No momento que acabo de acordar,
noto que mudei, para pior até;
não sou mais eu, mas algo singular,
e sequer consigo ficar em pé.

Na parede, Kafka está me olhando,
compreensivo, como tendo dó;
a mim parece pensar: até quando?
Gregor Sansom enfim não está só.

Sem espelho, mas sei que sou barata,
metamorfose de Kafka é arte,
porém, tal literatura me mata.

A barata pensa: por que destarte?
então por que Kafka me maltrata,
pois eu, Gregor Sansom, não vou matar-te.

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