sexta-feira, 13 de julho de 2018

A estrada

E pela estrada alongada, brumosa,
uma caminhada estóica e doída;
passos medidos, mas alma ferida,
entre obstáculos, a face chorosa.

Claro, não existe caminho de rosas,
porque toda senda é a própria vida;
e ao nascer já estamos de partida,
envoltos em neblinas vaporosas.

Sombras poucas, nas luzes ardentes,
nunca há silêncio, apenas rumor,
as aves antecipando poentes.

Pernas cansadas pensamentos cheios,
sem ânimo e lucidez pra se impor;
pois viver é morrer por outros meios.

Um comentário:

  1. Pois é, meu amigo, você dá corda, canta a pura verdade sobre a vida, esse mundo assim, assado...há maior verdade do que esse soneto?

    e ao nascer já estamos de partida,
    envoltos em neblinas vaporosas.

    ResponderExcluir