terça-feira, 18 de setembro de 2018

Civilização

Com frio, o homem construiu o primeiro teto,
tornou o lobo selvagem, verdadeiro amigo;
e deslindou ciclo do tempo, antes discreto,
cultivou adequadamente plantas de trigo.

Forjando alguns metais, tornou-se arquiteto,
o que o concitou a formatar robusto abrigo;
mais tarde, supriu a falta de algum alfabeto,
empunhou galhos feito armas, contra inimigo.

De fibras vegetais confeccionou algum pano,
o fogo que descobriu permitiu a pira,
em seguida torna-se bom usando engano.

Porquanto não lhe faltam astúcia e mentira,
pois afinal, é um bicho somente humano,
que põe fogo em Roma e sai tocando lira!

Um comentário:

  1. Que lindo e criativo poema/soneto!
    Rimas que me encantam, pois para nos dar a dimensão da evolução do homem, em poucos versos me fez pensar, repensar, como esse pode ter criado tanto, comparado aos deuses e ao mesmo tempo tão destrutivo a ponto de colocar a culpa no demo!
    Os últimos versos são tão criativos, Nero entrou magistralmente nesse seu belíssimo poema, embora não se saiba se foi mesmo ele o incendiador?!
    Amei demais ler aqui, parabéns!
    Abraços apertados!

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