segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Não rio do rio


Quando do rio, as águas passadas
Deixa um vazio na fonte que chora
Será como acordar e não ver nada
Será como ter tempo sem ter hora.

Porque rios que vão dar ao oceano
São como olhos chorosos de amor
Que lembram o recente desengano
E que dão azo ao virtuoso rimador.

Contudo, vejo águas do rio correndo
Só então permito meus olhos secar
Para apreciar os poentes morrendo.

Todos os rios vão para algum lugar
Onde por certo acabam nascendo
 Não mais chora, volta então cantar.

Um comentário:

  1. Belo momento lírico, belo soneto, meu caro amigo poeta Jair.
    Um abração. Tenhas uma ótima semana.

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