À natureza bela que me inspira,
ao versejar ameno, não fremente;
que consome nossas almas na pira,
mas apenas o que meu íntimo sente.
Fico feliz quando algum verso medra,
como a delicada flor num jardim;
mesmo que seja meu jardim de pedra,
tosco e carente, bem maltrato enfim.
Tanto melhor quando o fazer é lento,
então algo memorável vem depois;
produto puro de meu pensamento,
do meu coração, ou talvez dos dois.
E sempre penso naquilo que faço,
como sendo uma parte de mim;
mas se resultado parecer lasso,
faltou-me talvez alento por fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário