segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Soneto-acróstico

O bolo

Outro dia, um feriado ensolarado
Talvez o mais belo e convidativo
Apenas cesta e crianças ao lado
Lá fomos ao convescote atrativo.

Pois mal chegávamos na grama
Imensidão de formigas também
Que, é claro, a gente não chama
Uma ilustre cara de pau elas têm.

E o trabalhoso bolo formigueiro
Não prestou nem para começo
Incontinenti comeram-no inteiro.

Que pra elas bolo não tem preço
Um pouco desse jeitinho matreiro
E da guloseima não fica o avesso.

3 comentários:

  1. Caro amigo poeta Jair, e as formigas nem gostam de doçura!
    Conforme tenho dito, tu tens o de poetizar sobre qualquer tema. Arquimedes disse "Deem-me uma alavanca e eu moverei o mundo" . Eu digo: Deem uma palavra ao Jair e ele fará um poema.
    Um abraço. Tenhas uma ótima semana.

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  2. FAço minhas as palavras do poeta Dilmar, meu caríssimo poeta Jair, senhor de todas as palavras.
    ps.Carinho respeito e abraço

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  3. Sorri a este soneto! Gostei imenso! Um manjar (já é raro fazerem-se piqueniques)!
    Hoje sou eu que deixo um "Momento" meu, escrito enquanto uma família comia a merenda num jardim, em frente à esplanada onde tomava café...
    Momento(s) – VI
    Um piquenique que saiu da cesta
    (já tinha dormido uma boa soneca).
    A toalha envergonhada esticada no chão
    (devia estar na mesa lauta do patrão).
    A criançada faminta bem acomodada
    (horas passadas dentro do carro).
    Os pais descobrindo a merenda
    (sabiam lá onde iriam aportar).
    As palavras mastigadas no sabor do pão
    (apanho uma ou outra pelo ar).
    Delicio-me neste quadro de família
    (mal imagina que a vigio e escrevo).
    Roubo-lhe a inspiração.
    Sem culpa. Espaço público. Verão!
    (Ah, trazem consigo o azul da estação – carro, atrelado e talvez a ilusão…)
    OF, 18-08-13 (Nunca o divulguei)
    Bjo, Jair :)

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