quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Ideias morrem?

A hora da sua morte chegou, ele morria
Entretanto morre corpo, ideia permanece
Vida corporal dizem, da natureza é messe
Mas, mais que vitalícia, perene será ideia.

Cadáver imóvel, resignado, mera anomia
Viveu desafiando tudo que desse e viesse
Contudo não resistiu, faleceu de estresse
Queimou a vela pelos dois lados, eu diria

Mas, pergunto: e o conteúdo desse crânio?
Aquele tal raciocínio original e espontâneo?
Vai ao túmulo e, em silêncio permanecerá?

Pois, nessa possibilidade eu não acredito
As idéias se transmutam para um infinito,
E livres de todas tensões resistem por lá.

Um comentário:

  1. Esse seu belo poema lembrou-me um documentário que vi ontem, do arquiteto Sérgio Bernardes, no canal Arte, um gênio das idéias, dos pensamentos, da introspecção. Exatamente o tema era suas ideias antipolíticas, seu trabalho, sua criação maravilhosa. Vida um tanto tumultuada. Vale a pena ver.
    Gostei do seu poema, dessa sua ideia...
    Abraço, amigo Jair.

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