terça-feira, 4 de abril de 2017

Velho sim! e daí?


Velho, ancião, septuagenário ou vetusto
Os pés que se arrastam, andando inclinado
E sem nenhum esforço, sente-se cansado
Não vê futuro, mas o passado é robusto.

Viver tanto com tantas agruras, é injusto
Bem melhor se tivesse o vigor renovado
Pois é horrivel admitir que esse é seu fado
Porquanto carrega tanta velhice a custo.

Mas quando, e se fosse, interpelado a gritos
Teria uma chance de clamar aos malditos:
Eu sou velho, mas tenho bagagem imensa!

Sei desta vida e faço o quero do meu jeito,
Fedelhos, os palpites de vocês não aceito
Porque não existe obstáculo que não vença.

2 comentários:

  1. Pois é, meu caro poeta amigo Jair, chovendo no molhado, repetiremos uma sentença factual: Na juventude possuímos a robustez , mas ainda carecemos de conhecimento, experiência de vida, entretanto, agora no ocaso, quando temos bagagem nos falta o vigor físico.
    Valeu o belo soneto. Um abraço. Tenhas uma ótima semana.

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  2. Acho que é pedir demais: vigor, beleza, inteligência, maturidade... tudo junto? Penso que a vida, na medida em que nos tira a juventude, certamente nos dá outras. E devagar ela vai ajudando na nossa adaptação. Por vezes olho os cabelos brancos... E vejo como é duro um idoso com cabelos pretos pintados!! Os cabelos brancos vêm para suavizar os traços já pesados. E ficam ótimos. Na medida em que se perde, damos um jeito para seguirmos, num outro ritmo, mais calmo, menos estresse, mais reflexivo. Penso assim.
    Abraços, Jair.

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