sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Eu e Rocinante


Como Don Quixote em sua cavalgadura,
com coragem, enfrentado moinhos atrozes;
vou para onde me enviam minhas vozes,
numa romântica caminhada que dura.

Amoque, faço da existência uma procura,
desviando-me de montanhas como algozes;
e de velhos fantasmas e bichos ferozes,
vou perdido, caminhando na noite escura.

Dizem-me apedeuta caçador de quimeras,
o qual desconhece caminhos mais suaves,
que tem suas metas difíceis, mas sinceras.

Que tu, com toda certeza, jamais desbraves,
porquanto te move medo ferrenho de feras,
e, sequer, dá-se ao respeito com meras aves.

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